O ano está chegando ao fim, e a equipe do site O Cinema É selecionou os filmes que tornaram 2024 memorável para os amantes da sétima arte. De dramas emocionantes a terrores arrepiantes e ficções científicas deslumbrantes, descubra os grandes destaques que marcaram este ano.
A Substância (The Substance), de Coralie Fargeat

A Substância se destacou como o melhor filme de 2024 por unir uma trama envolvente e um terror visceral que mantém o público preso à tela do início ao fim. Com atuações memoráveis e uma atmosfera perturbadora, o filme consegue equilibrar tensão psicológica e horror corporal, oferecendo uma experiência única. É uma obra que transcende o gênero, sendo tão inquietante quanto fascinante. – Daniélle Silva.
Rivais (Challengers), de Luca Guadagnino

Rivais, além de ter sido meu filme favorito do ano, conseguiu me impactar fisicamente de forma bizarra. Assisti na semana de estreia no cinema, junto com outros dois longas do diretor Luca Guadagnino exibidos em sequência em uma madrugada no cinema. A energia que o filme me passou foi tanta que acabei ficando dois dias seguidos sem dormir, e a primeira coisa que fiz ao chegar em casa após a maratona foi sair para correr, já que estava tão inquieto.
É impressionante como tantos sentimentos como paixão, raiva, inveja, rancor e tesão rodeiam o desenvolvimento dos personagens, onde tudo é transpirado em uma partida frenética de tênis. O longa apresenta uma aula de montagem com seus saltos temporais e cortes dinâmicos durante a disputa. O trio de protagonistas tem uma química única como poucas vezes vi em histórias sobre triângulos amorosos. Em Rivais, Luca Guadagnino se consolida como um dos melhores diretores da atualidade. – Ramon Silva.
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

Dotado de uma sensibilidade característica das obras de Walter Salles, Ainda Estou Aqui consegue, em um ambiente denso e emocional, nos guiar pelas sendas de uma ferida histórica que ainda não cicatrizou. Ao mesmo tempo em que expõe essa chaga, nos afaga com ótimos momentos. Além dos predicados da história, vivida e escrita originalmente por Marcelo Rubens Paiva, Fernanda Torres é um destaque muito positivo. Mesmo conhecendo suas capacidades, ela entrega mais do que o esperado com sua fortíssima interpretação de Eunice Paiva. A trilha sonora, cheia de sucessos brasileiros dos anos 1970, e a fotografia conseguem traduzir muito bem a atmosfera de um período tão conturbado. O filme pode não ganhar o Oscar em 2025, mas já conquistou uma indicação aos melhores d’O Cinema É. Inclusive, acho necessário reafirmar que a posição dele aqui tem uma credibilidade até maior do que a estatueta de ouro, pois somos nós mesmos, pela primeira vez em anos, reconhecendo que sabemos fazer cinema! – Matheus Augusto.
Lisa Frankenstein, de Zelda Williams

Esse filme passou despercebido por muita gente, e confesso que nem é meu favorito de 2024, mas é, sem dúvida, o mais deliciosamente engraçado e campy do ano. Um dos pontos fortes são as pessoas envolvidas: Zelda Williams na direção e Diablo Cody no roteiro – que inclusive revelou que a obra se passa no mesmo universo do clássico cult Garota Infernal (já valeria a atenção só por isso!).
A história acompanha uma adolescente incompreendida, vivida por Kathryn Newton, na década de 1989. Quando ela acidentalmente ressuscita um rapaz do século passado, os dois embarcam em uma jornada assassina em busca de amor, felicidade e, bem… algumas partes do corpo desaparecidas da criatura. Cole Sprouse, sem pronunciar uma palavra sequer, entrega expressões faciais e corporais dignas de um veterano da comédia.
É sem noção? Totalmente. É exagerado? Absolutamente. E cada figurino é mais extravagante e cheio de personalidade que o anterior. É exatamente por sua originalidade e estética única que merece estar nessa lista – características cada vez mais escassas em Hollywood. – Lainara Araújo.
Wicked, de Jon M. Chu

Como um grande fã da peça original da Broadway, minhas expectativas para o filme estavam consideravelmente altas e fico feliz em poder dizer que elas foram atingidas. A construção de universo é espetacular e de uma qualidade técnica impressionante, os números musicais são empolgantes e imersivos e a sinceridade da relação entre a Elphaba e Glinda ganha novas camadas através de duas das melhores interpretações do ano em Cynthia Erivo e Ariana Grande. Um lembrete forte de que o gênero musical pode ser uma experiência completa e efetiva quando feito de maneira certa. E a adaptação cinematográfica de Wicked é definitivamente uma prova disso. – Enzo Biancheti.
Look Back, de Kiyotaka Oshiyama

Look Back adapta de forma habilidosa a história original de Tatsuki Fujimoto, criador do sucesso Chainsaw Man. Evitando a tentação de adicionar mais elementos para inflar a duração do longa, o diretor Kiyotaka Oshiyama opta por fazer uma adaptação mais direta do one-shot (história curta, publicada geralmente em um volume), não ultrapassando uma hora de filme. A história das “rivais” que se tornam amigas enquanto navegam pelo processo de criação artística e seus desafios é o suficiente para cativar o espectador. Impossível não se emocionar. – Nicolas Bittencourt.
The Sweet East, de Sean Price Williams

Conhecido como diretor de fotografia dos irmãos Safdie, Sean Price Williams estreia na direção de longa-metragem com uma jornada desvairada que, se por vezes parece extrapolar a realidade dos EUA contemporâneo, na verdade apenas compila alguns acontecimentos recentes e os encena. Sobre viver várias vidas em uma, roadmovie engraçadíssimo com feridas sociais expostas para que qualquer um possa ver, de uma fuga da escola, passando por protestos fracassados, professores nazistas, os perigos do cinema independente e refúgio num celeiro islâmico, o sonho americano é fraudulento. – Pedro Tao.
Jurado Nº 2 (Juror #2), de Clint Eastwood

Quando o acaso se torna tão inexorável quanto a própria morte, não há justiça que se defina. O acaso não obedece a regras, não observa padrões, não faz premeditações. Ele simplesmente acontece. Não há júri capaz de julgá-lo, nem juiz competente para sentenciá-lo. Por isso, quando um crime acontece pela força do acaso, é muito mais difícil lidar com ele. E não há ninguém melhor para traduzir essas palavras do que Clint Eastwood em seu mais novo longa, Jurado Nº 2. Nicolas Hoult brilha em um filme que entende quão frágil e imperfeito é o nosso sistema. – Flávia Leão.
Duna: Parte Dois (Dune: Part Two), de Denis Villeneuve

Não só o melhor blockbuster de 2024, Duna: Parte Dois é um prato cheio para os amantes da sétima arte, especialmente os fãs de sci-fi. Foi um verdadeiro privilégio ter assistido o filme em uma tela IMAX, em uma experiência que eu considero quase religiosa, e que talvez seja superada apenas pela vindoura terceira parte. A direção de Villeneuve e o elenco estelar reforçam que Duna com certeza entrará para o hall das sagas mais icônicas do cinema, e que baita sorte nossa podermos presenciar isso. – Diogo Trevesan.
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