Dez anos depois do lançamento de ‘Bastardos Inglórios’, Diane Kruger fala sobre sua personagem no filme

Em entrevista concedida ao The Hollywood Reporter, Diane Kruger comentou sobre seu papel em Bastardos Inglórios, o sexto filme de Quentin Tarantino, em que interpretou o papel da atriz Bridget von Hammersmark, que além de estrela de cinema, era também uma espiã dos Aliados.

“Realmente, entrei naquela sala de audição porque ele não conseguiu encontrar ninguém”, revelou. “A atriz que ele tinha em mente não deu certo. Ele fez o teste de todas as atrizes da Alemanha que ele achou que era certa para o papel antes de concordar em me ver. Foi assim que consegui o emprego.”

Os filmes de Tarantino são marcados por longas planos-sequência e violência extrema, sendo que Kruger aparece na famosa cena em um bar, quando sua reunião com membros dos Aliados é brutalmente interrompida com tiros e mortes.

Questionada sobre como era o clima no set de gravação do longa, a atriz respondeu:

“Quando ele (Tarantino) está feliz com um take ou uma cena, às vezes parece eufórico. Ele é como uma criança em uma loja de doces. Ele fica tão animado. Eu só posso falar por mim mesma, mas sempre senti tensão. Ele se senta ao lado da câmera; ele não é removido em video village. Então, ele observa você como um falcão. Ele é como um espectador. Então, eu sempre senti que tinha que dar cento e dez por cento o tempo todo. Eu ficaria realmente exausta à noite porque você realmente se sente como se tivesse trabalhado muito.”

O cineasta também é conhecido por fornecer a seus atores uma tonelada de histórias de fundo sobre seus personagens para que tudo saia perfeito, fato que Kruger confirmou na entrevista.

“Em sua cabeça, ele fez um filme inteiro que poderia ter sido apenas do meu personagem” – comentou a atriz. “Como eu cheguei a ser Bridget von Hammersmark… De onde eu era… Como eu me tornei uma estrela de cinema nesse filme… Por que ela decidiu se tornar uma espiã… Todas essas coisas que, como ator, você costuma fazer por si mesmo, ele apenas estendeu-as para mim. Ele me contou minha história. Eu apenas pensei que era tão bom, e pude sentir o quanto ele amava aquele personagem. Ele não escreveu uma única linha sem pensar de onde Bridget veio. Parecia um personagem completo – quer você veja isso no filme ou não. Nunca houve uma dúvida em minha performance ou em minha mente de onde ela estava vindo e de onde minhas ações como Bridget estavam vindo.”

Diane Kruger recebeu muitos elogios por sua atuação como Bridget von Hammersmark, o que mostra que ela não é apenas um rosto bonito, mas nem sempre foi assim.

Na época em que foi escalada para viver Helena no filme Tróia, a atriz recebeu duras críticas relacionadas a sua beleza. O The New York Times chegou a dizer que ela era “bonita demais para interpretar qualquer substância”.

O THR quis saber como Kruger se sentiu na época.

“Eu me senti decepcionada. Um jornal que eu realmente respeitava escolheu um ângulo fácil e covarde de mim que parecia desnecessário e rude. Eu apenas me perguntei: “Será sempre assim? É assim que esse negócio é? É assim que os críticos são? Comentar a aparência física é a norma – e não o que você realmente faz?” Eu questionei como seria a minha vida como atriz. Isso me fez querer me esconder um pouco. Isso me fez sentir que talvez eu não devesse fazer isso na América. Foi definitivamente um momento estranho, e definitivamente pairou sobre mim por um tempo.”

Aproveitando que o assunto tinha se voltado para ‘Tróia’, o THR comentou sobre sua antiga parceria com Brad Pitt, que funcionou muito bem.

“Sim, eu fiquei muito feliz em trabalhar com Brad Pitt novamente em ‘Bastardos Inglórios’. Quando fizemos ‘Tróia’ eu era tão verde e isso foi tão cedo na minha carreira. Foi muito legal fazer algo com ele em uma época em que eu tinha mais experiência e onde nós realmente nos divertíamos um com o outro.

Também foi perguntado à atriz se durante a produção ou a turnê de Bastardos Inglórios ela teve a chance de relembrar o longa com Brad Pitt (que interpretou Aquiles) mesmo não tendo contracenado com ele.

“Sim e não” – ela respondeu. – “Conversamos mais sobre Wolfgang (Petersen) para ser honesto, a quem tanto amamos. Então, estávamos falando sobre certas anedotas e coisas malucas que aconteceram durante a produção. Acho que nós dois ficamos muito felizes em nos encontrar novamente.

Diane Kruger estará de volta às telonas em The Operative, filme ainda sem data de estreia.

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.