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Ela chegou! Netflix anuncia série animada de Mafalda com imagem icônica e emocionante carta do diretor!

Icônica personagem de Quino ganha nova versão sob o olhar de um fã: Juan José Campanella!

08/06/2024 •

13:21

Mafalda
© Divulgação Netflix

Preparem seus corações, pois a garotinha mais questionadora dos quadrinhos finalmente chegou à telinha! A Netflix anunciou hoje a produção da aguardada série animada de Mafalda, icônica criação do cartunista argentino Quino, e as expectativas já estão nas alturas!

Para comandar essa missão épica, ninguém menos que o aclamado diretor Juan José Campanella, vencedor do Oscar por “O Segredo dos Seus Olhos”, assume o posto de diretor, roteirista e showrunner da série. Completando o time de peso, temos Gastón Gorali (co-roteirista e produtor geral) e Sergio Fernández (diretor de produção), em parceria com a Mundoloco CGI.

E a Netflix não brinca em serviço quando o assunto é alimentar o hype dos fãs! A plataforma liberou uma imagem promocional de tirar o fôlego, com o planeta Terra sendo iluminado pelo laço icônico da Mafalda, simbolizando o impacto da personagem e sua visão crítica sobre o mundo.

Mas as emoções não param por aí! Campanella, em uma carta emocionante, revelou sua paixão por Mafalda desde a infância e a responsabilidade que sente em apresentar a personagem às novas gerações. O diretor garante que a série preservará a essência da obra de Quino, com humor inteligente, ironia afiada e observações perspicazes que marcaram gerações.

A promessa é de uma animação que une o melhor dos dois mundos: a nostalgia dos fãs de longa data e a oportunidade de apresentar a personagem a uma nova geração, mostrando que as questões levantadas por Quino continuam relevantes e atuais.

Enquanto aguardamos ansiosamente a data de estreia, continue ligado aqui n’O Cinema é para mais novidades sobre a produção!

E você, o que achou da notícia? Qual a sua tirinha favorita da Mafalda? Compartilhe suas expectativas conosco nos comentários!


Carta de Juan José Campanella – Sobre Mafalda

Eu tinha sete ou oito anos quando foi publicado o primeiro catálogo de tirinhas de Mafalda em forma de livrinho. Meus pais liam as tiras e me diziam que eu não ia entender. Que ofensa. Que desafio. Corri para comprá-lo e ainda me lembro de subir a ladeira de Melo enquanto lia, dando gargalhadas e admitindo que, de fato, haviam tiras que eu não entendia. Mafalda e seus amigos não só me faziam rir muito, mas de vez em quando me mandavam ao dicionário. E cada palavra nova que eu aprendia vinha com o prêmio de uma nova gargalhada.

Logo eu já era mais um da turma da Mafalda. Posso citar muitas piadas de memória, mas como hoje enfrento esse enorme desafio, não vou começar com os spoilers.

Corte para décadas depois, em plena produção de Metegol. O mestre Quino veio visitar nosso escritório de produção. Havia quase 200 artistas de diferentes gerações e para todos nós era como se Deus tivesse entrado. Lembro que foi nesse dia que Quino tentou, pela primeira vez, desenhar com um lápis digital. Um gigante como ele, que inspirou gerações de desenhistas com seu traço, e muitos outros humoristas com seu senso de ironia e comentários perspicazes, estava dando forma a um traço, mas como nunca antes, sem tinta nem papel. Seu entusiasmo era o de uma criança com um brinquedo novo, fazendo dezenas de perguntas. O entusiasmo e a curiosidade de quem nunca acreditou saber tudo.

Desde essa visita, começaram a surgir perguntas. Como podemos reconectar as novas gerações que não cresceram com Mafalda a essa grande obra? Como podemos levar seu engenho, sua mordacidade, às crianças que hoje crescem em plataformas digitais? Como podemos, enfim, traduzir uma das maiores obras da história do Humor Gráfico para a linguagem audiovisual? 

Hoje, doze anos depois dessa visita inesquecível, enfrentamos esse desafio. Nada mais nada menos que transformar Mafalda em um clássico da animação. É nossa obrigação preservar o humor, o timing, a ironia e as observações de Quino. Sabemos que não podemos elevar Mafalda, porque mais alta ela não pode estar. Mas sonhamos que aqueles que são devotos dela desde o início possam compartilhá-la com nossos filhos, e embora haja coisas reservadas apenas para adultos, todos possamos soltar uma gargalhada em família, e por que não, recorrer ao dicionário de vez em quando.

Sem dúvida, de longe, o maior desafio da minha vida.

Juan José Campanella

Julho, 2024

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