Para os verdadeiros cinéfilos, a recepção crítica e comercial de Coringa: Delírio a Dois tem sido um tema de grande interesse e debate. Afinal, como um filme tão esperado e com um pedigree tão impressionante pode ter sido recebido de forma tão ruim? Felizmente, de acordo com a Variety, temos não apenas um, mas dois guias inestimáveis para nos ajudar a entender melhor essa complexa obra: o lendário criador de games Hideo Kojima e o icônico diretor Quentin Tarantino.
Em sua análise do filme, Kojima revela uma leitura profunda e instigante da narrativa meta-ficcional de Coringa: Delírio a Dois. Ele destaca como a trama constantemente questiona a identidade do próprio Coringa, indagando se é Arthur Fleck ou sua sombra que realmente cativou a audiência no filme anterior. Essa dualidade, segundo Kojima, é o cerne do que torna o filme tão “avant-garde” para os padrões dos blockbusters de super-heróis.
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O criador de Death Stranding também comenta sobre a forma como o filme retrata a “justiça poética” e a batalha entre o bem e o mal, explorando a possibilidade de vilões se tornarem heróis. Essa visão subversiva, que desafia as noções convencionais do herói, é algo que Kojima claramente admira.
Além disso, Kojima faz uma interessante previsão sobre a recepção do filme ao longo do tempo. Ele acredita que, nos próximos 10 a 20 anos, a reputação de Coringa: Delírio a Dois provavelmente mudará, à medida que o público se acostumar com essa abordagem mais complexa e ambígua da narrativa de super-heróis. Ele sugere que o filme pode levar algum tempo para se tornar um verdadeiro “Delírio a Dois” (folie à deux) na mente do público.
Mas Kojima não é o único a defender Coringa: Delírio a Dois. Quentin Tarantino, em suas próprias palavras, elogiou a atuação de Joaquin Phoenix como “uma das melhores performances” que já viu em sua vida. Além disso, Tarantino concordou com a leitura meta-ficcional do filme, afirmando que o próprio Coringa “dirigiu o filme”, gastando o dinheiro do estúdio “como o Coringa gastaria” e fazendo uma “grande surpresa” ao “dar um susto” no público.
Essa análise é no mínimo interessante, não? A visão de Hideo Kojima e o endosso de Quentin Tarantino sobre o filme são testemunhos da profunda compreensão desses profissionais sobre a obra. Ao destacarem a natureza meta-ficcional e subversiva do filme, eles nos convidam a uma apreciação mais nuançada e intelectual dessa obra controversa. Para os cinéfilos que buscam uma perspectiva única e inspiradora, a visão desses dois mestres é um tesouro a ser explorado.
* A matéria original é da Variety