Quando se trata de séries animadas, raramente um projeto consegue conquistar o status de fenômeno cultural. Mas a série Arcane, da gigante de games Riot Games, fez exatamente isso. Depois de conquistar 4 prêmios Emmy e se tornar a série número 1 em 85 países na Netflix, a segunda temporada da produção chega com a missão quase impossível de superar o sucesso estrondoso da primeira. No entanto, a jornada por trás dessa obra-prima animada revela muito mais do que o simples retrato de um mundo fantástico baseado no universo de League of Legends. É uma história de ambição, aprendizado e superação que deixa os cinéfilos ansiosos para ver o que a Riot Games tem reservado para o futuro.
A produção de Arcane foi, sem dúvida, uma empreitada colossal para a Riot Games. Aos números impressionantes, como um orçamento estimado em $250 milhões para apenas 18 episódios, somam-se os desafios enfrentados pela empresa em sua incursão inicial pelo mundo do entretenimento. Afinal, a Riot era conhecida anteriormente apenas como a desenvolvedora por trás do fenômeno dos games, League of Legends.
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Quando a Riot decidiu se aventurar para além dos games, contratando executivos de alto escalão de empresas como Disney, Paramount e Netflix, suas ambições de se transformar na “companhia de entretenimento do século 21” ficaram evidentes. No entanto, essa transição não foi tão suave quanto o esperado. De acordo com a Variety A falta de experiência da empresa nos meandros da indústria audiovisual gerou diversos contratempos, desde a dispendiosa negociação fracassada com os irmãos Russo para um projeto de filme (que gerou um prejuízo de $ 5 milhões à marca), até os frequentes atrasos na entrega dos roteiros durante a produção da segunda temporada de Arcane.
Curiosamente, a Riot optou por manter o controle criativo e a propriedade intelectual de seus projetos, o que, em teoria, parecia uma estratégia sólida. Afinal, studios tradicionalmente têm falhado ao tentar adaptar propriedades de games para o cinema e TV. Porém, na prática, essa abordagem encontrou resistência dentro da própria Riot, com setores céticos quanto aos esforços no entretenimento, vistos como um desvio da missão central da empresa.
Mesmo assim, a Riot conseguiu surpreender a todos com a qualidade e o impacto de Arcane. A série, concebida originalmente para uma trajetória de 5 temporadas, acabou sendo reduzida para apenas 2, mas ainda assim cumpriu seu objetivo de cativar o público e a crítica. Os prêmios Emmy e o status de fenômeno global são provas cabais de que a Riot, mesmo com seus tropeços, conseguiu criar algo realmente extraordinário.
Tudo isso nos leva a reconhecer que a jornada da Riot Games no universo do entretenimento audiovisual é uma história repleta de lições valiosas. Embora seus planos ambiciosos de se tornar uma “companhia de entretenimento do século 21” tenham encontrado diversos obstáculos, a empresa provou que é capaz de surpreender quando mantém seu foco na qualidade acima de tudo. Com Arcane, a Riot demonstrou que, mesmo sem experiência prévia no setor, é possível criar obras-primas que transcendem as fronteiras dos games. E isso deixa os cinéfilos ansiosos para ver o que a empresa tem reservado para o futuro, seja no universo de League of Legends ou em novas propriedades intelectuais.
* Essa matéria foi baseada na matéria exclusiva da Variety.