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O estranho caso de Armie Hammer

Algum tempo já passou desde que explodiu na mídia o estranho caso de Armie Hammer. O ator de Me Chame Pelo Seu Nome foi acusado de abuso sexual e canibalismo por várias mulheres nas redes sociais. As mensagens não verificadas revelam o aparente fetiche sexual de Hammer por beber sangue, cortar dedos e escravizar parceiras, porém, nada foi provado ainda.

Recentemente, a Variety postou uma enorme matéria sobre o assunto, em que analisa o possível fim da carreira do ator, ainda mais levando em conta sua saída de dois projetos relevantes – a comédia romântica Shotgun Wedding em que ele atuaria ao lado de Jennifer Lopez e uma série da Paramount Plus sobre a produção de O Poderoso Chefão – logo depois do escândalo.

Até o momento, Hammer se recusa a falar sobre os assunto, embora tenha negado as piores acusações, mas seu círculo íntimo contesta qualquer tipo de abuso por parte dele. Além disso, Andrew Brettler, o advogado do ator, declarou que “As histórias que estão sendo perpetuadas na mídia são uma tentativa equivocada de apresentar uma narrativa unilateral com o objetivo de manchar a reputação do Sr. Hammer, e as comunicações dos indivíduos envolvidos provam isso.”

Na era da desinformação, é muito difícil ter certeza sobre a veracidade das informações, e a matéria aponta, com razão, que, sendo uma pessoa pública, o fato de Hammer ter decidido postar qualquer material potencialmente prejudicial em uma plataforma de mídia social não faz muito sentido.

Parece não haver dúvidas, porém, que o ator tinha casos extraconjugais e que ele, aparentemente gosta de sexo pervertido. No entanto, seu advogado alega que quaisquer interações com quaisquer parceiras sexuais foram “completamente consensuais no sentido de que foram totalmente discutidas, acordadas e mutuamente participativas”, e que não houve qualquer tipo de abuso.

Verdadeiras ou não, as acusações mancharam a carreira do ator e as distribuidoras e os executivos de Hollywood estão preocupados com os projetos já finalizados dos quais o ator faz parte. O filme Morte no Nilo, por exemplo, sequência do sucesso Assassinato no Expresso Oriente, em que Hammer estrela ao lado de Gal Gadot e Kenneth Branagh encerrou a produção no final de 2019 – muito antes do escândalo sexual – e foi originalmente programado para ser lançado no ano passado. Com o fechamento do cinema pela pandemia, porém, o filme foi adiado e agora está programado para ser lançado em setembro de 2021.

A Disney se recusou a comentar sobre o assunto, mas está de olho na repercussão do caso. Como o filme ainda está há meses do lançamento, uma solução seria minimizar Hammer em materiais de marketing durante a promoção do longa.

Ademais, no mês que vem, o ator também estará no elenco de Crisis, um filme de baixo orçamento estrelado por Gary Oldman e Evangeline Lilly, que será lançado no streaming no início de março. Assim como a Disney, a Universal, um dos estúdios que distribui o filme, não respondeu ao pedido de comentário da Variety.

Hammer também está participando da comédia de Taika Waititi, Next Goal Wins, que atualmente está em fase de pós-produção, mas o estúdio Searchlight Pictures também não quis se pronunciar.

Muitos dos que trabalham em estreita colaboração com o ator acreditam que ele sobreviverá ao escândalo, mas outros não são tão otimistas. Um assessor de imprensa poderoso comentou que “Ele não é Tom Cruise.  Ele continua sendo escalado, mas nunca é um sucesso de bilheteria. Quem vai lutar hoje em dia por uma estrela que tem essa história complicada ao seu redor? ”

Mas ainda há certa esperança. Importante notar que Hammer é representado pela WME e continua sendo um cliente, pelo menos por enquanto. A empresa também se recusou a comentar sobre esta história.

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