Nesse final de semana foi lançado pela Netflix Alerta Vermelho, um filme bastante aguardado desde a sua tão anunciada produção. Não é para menos que a obra do diretor Rawson Marshall Thurber gerou tanta curiosidade e ansiedade. Existe um grande motivo para isso, um motivo mais do que justificável: o elenco e a mistura de ação com comédia que ele prometia.
Nesse quesito, portanto, o filme cumpre direitinho o que nos fez esperar. O trio Gal Gadot, Dwayne Johnson e Ryan Reynolds é arrasador, e foi uma grata surpresa conhecer a veia cômica da Mulher Maravilha. A comédia está ali, pronta para (tentar) fazer rir, e a ação segue sempre presente na história em que um agente da Interpol (Johnson) corre atrás da ladra de arte mais procurada do mundo (Gadot).
Dessa forma, não posso negar que gosto de alguns aspectos do filme, sendo o primeiro deles, é claro, o referido elenco, impossível de ignorar. É interessante notar que apesar de os protagonistas estarem em sua zona de conforto, interpretando quem eles sempre interpretam – Johnson o brutamontes forte, Reynolds um tipo de super herói metido a comediante e Gadot a Mulher Maravilha -, a maestria com que o fazem jamais consegue decepcionar. O figurino chama a atenção, a fotografia é muito eficiente e as várias referências à grandes obras do cinema que são feitas no correr da história são super válidas.
E sim, agora vem o mas. É que apesar disso tudo, o longa é bem fraco no que toca ao enredo. A começar pelas piadinhas em quantidade exagerada que não fazem nada para melhorar a película, a trama não consegue atingir um nível interessante o bastante, o que se atribui inteiramente ao roteiro (assinado pelo próprio diretor) que, apesar de intrigante, não é bem executado. E levando em consideração o tamanho do marketing que foi feito em cima desse longa, pode-se dizer que ele decepciona, ainda mais quando estávamos tão ansiosos para aclamar nosso ídolos em um grande história, que não veio.
Mesmo que não eu não considere que essa tenha sido a pretensão de Alerta Vermelho (apesar de ela ser bem grandinha…), as cenas super-sacadas lembram muito aquelas dos áureos tempos de 007. É possível notar certas semelhanças como, por exemplo, os carros incríveis – que são uma das marca da franquia do agente secreto – que também aparecem aqui. Só que não existe o toque de Ian Fleming que nos encanta e que Thurber não conseguiu reproduzir. Não podemos nem mesmo chamar Alerta Vermelho de uma paródia dos filmes de James Bond.
Sendo assim, caímos em mais um exemplo daquilo que poderia ser, mas não é, mais um filme que na semana que vem cairá em esquecimento, mesmo possuindo tantos elementos incríveis nas mãos, inclusive uma premissa interessante que, mal executada, não chega no nível que pretendeu.
