Crítica de filme

Chamas da Vingança

Publicado 3 anos atrás

Depois de vários ótimos lançamentos no ano como Os Caras Malvados, Downton Abbey 2: Uma Nova Era e O Homem do Norte, a Universal Pictures chega agora à Chamas da Vingança (Firestarter), mais uma adaptação da vasta obra do mestre do terror, Stephen King.

King muitas vezes criticou negativamente o que alguns cineastas fizeram com seus livros, desaprovando o resultado final e ficando bastante decepcionado. O melhor exemplo disso é o do icônico O Iluminado (The Shining, 1980) de Stanley Kubrick, que o autor descreveu como “Um carro chique sem motor”. Chamas da Vingança é, na verdade, uma readaptação (já foi feita uma versão cinematográfica anterior da obra em 1984, estrelada por Drew Barrymore) e, sinceramente, não vejo porque King teria qualquer orgulho do filme.

A trama segue Charlie (Ryan Kiera Armstrong), uma jovem que tem o poder de incendiar as coisas apenas com a força da mente. Ela e seus pais precisam fugir de uma agência que quer prendê-los para poder estudá-los.

Chamas da vingança
Zac Efron e Ryan Kiera Armstrong em ‘Chamas da Vingança’ © 2022 UNIVERSAL STUDIOS. Todos os direitos reservados.

De fato, somente pelo fato de ter o texto de King por trás, o filme já carrega uma boa premissa. Eu particularmente curto bastante esses personagens ambíguos que trazem características tanto de super-heróis quanto de vilões, podendo ser definidos ora como um, ora como outro. Devo reconhecer também que Armstrong faz um excelente trabalho, pouco a pouco roubando a cena (até mesmo do seu papai galã, interpretado por Zac Efron) e tornando-se a verdadeira alma da estória – como realmente deveria ser. Sua personagem traz algo de Eleven (Stranger Things) e Ciri (The Witcher) que agrada bastante.

Ademais, como se pode depreender da sinopse, Chamas da Vingança é um filme que depende muito dos efeitos especiais. Não posso dizer que os desse longa foram os melhores que já vi, mas pelo menos não deixam a desejar.

Chamas da vingança
© 2022 UNIVERSAL STUDIOS. Todos os direitos reservados.

No entanto, mesmo com toda a boa intenção, o diretor Keith Thomas traz uma proposta que não funciona. A ideia parece ter sido a de fazer um filme escuro para contrastar com toda a luz que o fogo de Charlie pode gerar, mas exagerou na medida. O resultado é que quase não dá para enxergar (e não há nada de imersivo nisso).

Fora isso, os personagens fracos (com exceção de Armstrong) não ajudam em nada a melhorar o roteiro pouco inspirado, e preciso dizer que ver Zac Efron como pai foi no mínimo… estranho. A trilha sonora também não chama a atenção.

O que se pode concluir, portanto, é que essa nova versão de Chamas da Vingança é um filme tão sem alma que não pode ser chamado nem de fogo de palha. Nem Charlie, com todo o seu poder destruidor consegue “incendiar” um pouco as coisas.

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Chamas da vingança pôster
País: EUA
Direção: Keith Thomas
Roteiro: Stephen King, Scott Teems
Idioma: Inglês

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