Feios (Uglies), novo longa da Netflix, é uma adaptação do romance distópico de Scott Westerfeld. A história se passa em um futuro em que, ao completarem 16 anos, todos os jovens são submetidos a uma cirurgia estética para se adequar a um padrão de beleza ditado pela sociedade. A protagonista, Tally (Joey King), começa a questionar esse processo ao descobrir segredos sombrios sobre o mundo em que vive.
A recepção crítica de Feios tem sido mista. Visualmente, a Netflix acerta ao criar um ambiente futurista estilizado e impactante, com uma paleta de cores que destaca a superficialidade da sociedade retratada. O filme aborda questões atuais, como a pressão estética, o conformismo e a perda de identidade, temas especialmente relevantes para o público jovem, que lida com padrões de beleza muitas vezes inalcançáveis.
Por outro lado, a narrativa peca pela superficialidade em alguns momentos. Apesar do potencial para uma crítica social mais profunda, o filme frequentemente recorre a soluções simplistas e clichês do gênero juvenil. Diálogos por vezes parecem forçados, e o desenvolvimento das motivações dos personagens poderia ser mais bem explorado. A jornada de autodescoberta de Tally é promissora, mas o roteiro não aproveita plenamente as nuances emocionais de sua transformação.
Outro ponto fraco é o ritmo acelerado, que compromete o aprofundamento de personagens secundários e de suas relações. As reviravoltas poderiam ter maior impacto com mais tempo dedicado à construção de tensão e desenvolvimento emocional.
Em resumo, Feios apresenta uma premissa intrigante e uma estética marcante, mas falta profundidade no desenvolvimento de seus temas e personagens. O filme deve agradar aos fãs do livro e ao público jovem, mas pode desapontar quem espera uma distopia mais reflexiva.
