O Amor de Sylvie (Sylvie’s Love), da Amazon Prime Video, pode ser definido pura e simplesmente em apenas uma palavra, a mesma do gênero a que pertence: romance. Um romance quase inocente vivido poe Sylvie (Tessa Thompson) e Robert (Nnamdi Asomugha) no final da década de 1950 e começo da década de 1960, ela uma moça de classe média que adora música e aspira ser produtora de TV; ele, um talentoso saxofonista em busca de reconhecimento.
A história tem início quando os dois jovens se conhecem na loja de discos do pai de Sylvie e segue por alguns anos até mostrar como a mudança dos tempos afetou suas vidas pessoais e profissionais.
De fato, o que mais chama a atenção no filme não é nem mesmo o enredo em si, simples e direto, mas o clima que o diretor Eugene Ashe conseguiu incutir em sua obra. Toda a obra traz uma sensação de nostalgia até mesmo para quem não viveu a marcante época em que ela se passa, um tempo de mudança social em vários aspectos culturais – ascensão das mulheres como profissionais e declínio do jazz no primeiro plano.
A fotografia amarelada, o figurino e a caracterização dos personagens dão ao longa a contextualização perfeita, completadas por uma das trilhas sonoras mais gostosas de se ouvir. E isso sem falar da atuação de Tessa Thompson, cujo talento sempre se destaca, apesar de O Amor de Sylvie estar longe de ser seu trabalho mais desafiador.
O filme, porém, não tem nada de tão grandioso ou memorável. Sua força reside, como dito, na nostalgia de um passado que parece mais cálido e gostoso do que a época atual, especialmente nos tempos por que estamos passando. Nnamdi Asomugha, que vive o protagonista Robert, destoa de seu par romântico, Sylvie, pela atuação morna que entrega, tão diferente de seu primo, Chico Sweetney, vivido pelo charmosíssimo Regé-Jean Page que, recentemente, arrebatou os corações femininos no excelente Bridgerton e que em O Amor de Sylvie faz somente um papel bem secundário.
A película é também bastante previsível, seguindo perfeitamente o arco do típico romance, o que não significa, entretanto, que seja descartável, muito pelo contrário. É uma daquelas obras que te deixam com o coração leve e arrancam um suspiro depois que os créditos sobem, perfeito para o momento em que você quiser assistir algo calmo e bem feito.
Esse é O Amor de Sylvie. Bonito como Tessa Thompson. Musical como o jazz. Nostálgico como uma época passada.