Crítica de filme

Abigail

Publicado 7 meses atrás
Nota do(a) autor(a): 3,3

Abigail tem início quando uma equipe de criminosos executa o sequestro da filha de um magnata misterioso. Tudo o que eles precisam fazer para coletar o resgate de US$ 50 milhões é observar a garota durante a noite. O grupo fica alojado em uma casa antiga enquanto Lambert (Giancarlo Esposito), líder da missão, sai para recolher o dinheiro. Porém, os raptores começam a desaparecer, e descobrem, horrorizados, que estão trancados dentro da mansão com uma ameaça inesperada. 

Abigail combina o enredo de gato e rato com o gênero de horror cômico, tema com que os diretores já são familiarizados.  Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett dirigiram Pânico 6 e Casamento Sangrento, ambos sucessos do slasher que não fizeram feio no gosto do público.

Aqui, a dupla trabalha com o sobrenatural de forma descontraída, já que a assassina em questão é uma vampira, e não bastasse, também é hiper fixada no balé, inserindo movimentos do Lago dos Cisnes em suas matanças. Mas na mão de profissionais inexperientes, Abigail poderia se transformar num filme de péssimo gosto. A narrativa não é inovadora, e se o espectador se esforçar um pouquinho, vai pescar a reviravolta no 1° ato, especialmente se tiver assistido ao trailer. Mas o que torna o longa realmente especial? O elenco!

É simples assim. É preciso atores carismáticos para vender empatia, mesmo que os detalhes sobre suas vidas não sejam tão explorados. Aliás, quanto a isso, um sentimento curioso que pude notar é que somos compelidos a torcer, e ao mesmo tempo, não torcer pelo bem estar desses personagens, desde os vilões aos arrependidos que só querem fazer a coisa certa.

Melissa Barrera é mais uma final girl que não abaixa a cabeça pra ninguém nas situações de conflito. O público foi presenteado quando ela aceitou o papel de Sam Carpenter, porque a moça entrega de verdade! Mas a protagonista destemida só consegue causar esse impacto graças ao equilíbrio com seus coadjuvantes. Infelizmente, não vemos muito do finado Angus Cloud, mas o pouco que seu personagem aparece é suficiente para sentirmos aquela pontada de saudade. Dan Stevens é o desonesto que passa por cima de todo mundo para se dar bem, e ainda assim, sua esperteza associada com seu charme violento cria uma tensão do começo ao fim. Kathryn Newton e Kevin Durand também contribuem com o timing cômico e expressões de medo quando são colocados sob pressão.

E falando da ameaça da história e título destaque, Alisha Weir entrega uma performance macabra e doce como Abigail, embora o roteiro deixe suas motivações um pouco genéricas, seu carisma salva essas falas. Pela primeira vez, tive vontade de ver a Universal aprovar uma prequela. Seria incrível acompanhar a vampirinha ter que lidar com certos conflitos e aprendizados ao longo dos séculos, e até mesmo ter aceitado que será uma criança pra sempre. Como ela chegou até ali? E por que ela foi se isolando do mundo, perdendo toda e qualquer empatia pelos humanos e seus iguais? Além de entender sua obsessão pelo balé.

Por fim, os fãs sedentos pelo gênero gore vão se deleitar com os litros de sangue que são derramados em Abigail. O ritmo cria um suspense delicioso, e quando o bicho pega, o filme não perde o fôlego na hora de colocar os sobreviventes em situações cada vez mais complicadas e sanguinolentas.

Se dependesse de mim, Hollywood poderia entrar de cabeça no horror/comédia. Desde Zumbilândia pude notar que esse gênero tem se popularizado cada vez mais e oferece um ótimo entretenimento, além de ser mais fácil de assistir quando você tem medo de filmes de terror. Você não vai encontrar uma grande reviravolta ou profundidade aqui, mas com certeza vai rir com as referências e as reações dos personagens por estarem em uma situação tão absurda. 

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abigail poster
País: EUA
Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Roteiro: Stephen Shields, Guy Busick
Idioma: Inglês

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