Crítica | Rebel Moon: Parte 1 – A Menina do Fogo

Zack Snyder inicia novo universo cinematográfico de ficção-científica na Netflix com um dos piores filmes de sua carreira.

Continuando sua parceria com a Netflix, o diretor Zack Snyder lança mais um ambicioso projeto que promete ser o início de um novo universo cinematográfico dentro do streaming: Rebel Moon, a primeira parte de uma saga de ficção científica e ação nos moldes de Star Wars, com o subtítulo A Menina do Fogo. A continuação já tem data marcada para ser lançada na plataforma em 19 de abril de 2024. No entanto, será que o hype vai ser sustentado até lá?

A narrativa se desenrola em um universo onde um império maligno, Mundo-Mãe, comanda a galáxia. Na lua de Veldt, Kora (Sofia Boutella) e outros habitantes de uma pacata comunidade agrícola veem sua paz ameaçada pelo almirante Atticus (Ed Skrein). Diante disso, Kora parte em uma jornada por diversas luas ao lado de Gunnar (Michiel Huisman) para formar alianças e combater os vilões.

Com a breve sinopse fornecida no parágrafo anterior, o filme parece seguir um enredo bastante genérico, o que realmente se confirma. Na tentativa de criar seu próprio universo ao estilo de Star Wars, Snyder, que também é o grande idealizador dessa empreitada, utiliza conceitos já explorados, complementados por personagens ainda mais desinteressantes.

A protagonista Kora, por exemplo, não consegue cativar o espectador em nenhum aspecto de suas características como personagem. Toda a misticidade associada a ela como heroína, assim como sua história de background, é clichê e enfadonho. Além disso, a atuação de Sofia Boutella contribui para a falta de carisma da personagem, sem irradiar sequer uma gota de carisma.

Quanto à história, é relevante considerar que Snyder planejou originalmente a trama como um filme em duas partes, mas a progressão narrativa de A Menina do Fogo é enfadonha. A introdução ao universo, realizada nos primeiros minutos, é eficiente, mas após o estabelecimento do conflito, o filme parece perder uma linha direta de continuidade. Na verdade, dois terços da produção parecem servir como um grande trailer para a futura parte 2.

Apesar desses aspectos negativos, é válido ressaltar que a produção apresenta um bom design de produção, com alguns figurinos e maquiagens bem-executados, destacando-se as criaturas alienígenas – que diversificam alguns ambientes. Contudo, o complemento visual gráfico peca em alguns momentos, nos quais é claramente perceptível a falta de refinamento no CGI em cenas que utilizam chroma-key (ou a famosa “tela verde”) durante a pós-produção.

Por tudo isso, Rebel Moon se consolida como uma das piores produções no currículo de Zack Snyder, revelando-se um péssimo início para um universo cinematográfico vindouro, que já conta com um game e um anime em desenvolvimento. No entanto, para os devotos fãs do cineasta, não há motivo de preocupação: se ficarem decepcionados com o filme, o diretor promete uma versão “melhorada” a caminho, com 45 minutos adicionais de duração e uma classificação indicativa para maiores de idade. Resta saber se tal extensão realmente será a salvação da franquia ou mais uma tentativa do diretor de elevar sua própria obra. Boa sorte aos que permanecerão para ver.

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Nota do(a) autor(a)

1.5/5
1.5
Rabel Moon Parte 1 A Menina de Fogo poster
Rebel Moon: Parte 1 – A Menina do Fogo
5.9
Título original:
Rebel Moon: Part One – A Child of Fire
Ano:
2023
País:
EUA
Idioma:
Inglês
Duração:
133 min
Gênero:
Ação, Drama, Ficção Científica
Diretor(a):
Zack Snyder
Atores:
Sofia Boutella, Djimon Hounsou, Ed Skrein

Você também pode gostar