Em Drop: Ameaça Anônima, novo filme de Christopher Landon, o diretor de A Morte Te Da Parabéns e Freaky: No Corpo de Um Assassino, acompanhamos Violet (Meghann Fahy), uma viúva vítima de abuso doméstico retomando sua vida amorosa depois de anos dedicados ao seu filho de cinco anos. Mas o que era para ser um recomeço pessoal, logo se transforma em um pesadelo quando durante o primeiro encontro com seu novo interesse romântico, ela começa a receber uma série de ameaças em formas de mensagens via airdrop. Com seu filho e irmã em perigo, Violet precisa embarcar em um jogo de consequências avassaladoras e descobrir até onde está disposta á ir para manter sua família protegida.
É com essa premissa em mente, que seguimos o desenrolar do filme. Um conceito que além de interessante, é executado de maneira eficiente, conseguindo atingir o objetivo de prender a atenção do espectador. Ter a consciência de que quem está ameaçando a protagonista está no mesmo cômodo que ela é um diferencial que requer uma atenção a detalhe que o filme traz em seu texto, nos apresentando uma série de suspeitos e oferecendo viradas narrativas que não deixam aquelas circunstâncias, que podem se tornar repetitivas, caírem nessa armadilha.

Rico em estilo e escopo, mas inconsistente e presunçoso, “O Brutalista” tenta ser muito mais do que é capaz.
Mas se por um lado o roteiro consegue fazer uma boa utilização de sua ideia principal, ele carece de um foco tonal que acaba afetando o resultado final do filme. O cenário em que a personagem é inserida pede por uma abordagem mais autoconsciente em relação ao absurdo de toda aquela situação e durante os seus dois primeiros atos, o filme adota um tom mais sério do que necessário. Quando ele atinge seu clímax e a ação escala em um ritmo frenético, somos apresentados a uma série de eventos que necessitam de suspensão de crença para realmente funcionarem, mas até aquele momento, não era esse o caminho que o filme traçava, causando um choque de tons que não vai de encontro direto de uma maneira coesiva.
Talvez um dos motivos principais desse problema, seja o arco individual da protagonista. O filme consegue tratar o tema de abuso doméstico com devido respeito, com direito a um diálogo excelente entre a personagem de Violet e Henry (Brandon Sklenar), quando ela decide ser vulnerável com o pretendente sobre seu trauma. O problema está no modo em como o filme tenta conectar a experiência da personagem com o ex-marido com o conflito principal das ameaças anônimas, dois elementos que falham em se comunicar um com o outro de uma maneira natural. A sensação que fica é que esse arco foi apenas uma tentativa de tentar aumentar a urgência emocional da história, mas isso acaba não funcionando porque sua construção parece desconectada da ação principal.
Mas mesmo com as falhas do texto, a direção assertiva de Christopher Langon acaba elevando o material para além de seu potencial inicial. O trabalho de câmera de Langon é criativo e rende alguns momentos bastante inspirados envolvendo as percepções de diferentes personagens e as dimensões dos ambientes onde eles estão presentes durante essas cenas, construindo camadas de suspense e tensão com uma frequência extremamente bem vinda. Outro ponto positivo é a atuação de Meghann Fahy. A atriz comanda a tela com muito domínio e sustenta o que é pedido dela com intensidade e presença.
No geral, Drop: Ameaça Anônima é um filme que é capaz de entreter e cumprir sua proposta sem grandes complicações ao longo do caminho. Não é nenhuma obra revolucionária que vá morar na mente de quem assista por mais do que uma semana, mas esse nunca foi o seu objetivo. As vezes só queremos nos divertir através de dose divertida de suspense e ação. E está tudo bem.