Crítica | Coração Marcado – 1ª temporada

Há algum tempo que a série colombiana (com coprodução argentina e mexicana), Coração Marcado (Pálpito), está na seção de obras mais assistidas da Netflix contando a estória de Camila (Ana Lucía Domínguez), mulher de um homem rico que sofre de uma séria doença cardíaca. Quando o médico diz que ela tem pouquíssimo tempo de vida, um coração aparece misteriosamente para salvá-la. Não muito depois da cirurgia, ela conhece Simón (Michel Brown) e descobre que a mulher dele, Valeria (Margarita Muñoz), havia sido sequestrada e assassinada na mesma noite do transplante, e o corpo não tinha coração.

Uma sinopse dessa por si só já é capaz de chamar a atenção de qualquer um e explica facilmente o motivo de a série estar entre os primeiros lugares da plataforma. Mas o que acontece quando de fato damos o play?

Bom… Nesse momento, acontece outro mistério. Coração Marcado é realmente fcheio de problemas, principalmente em relação às conveniências de roteiro, das quais usa e abusa. Situações impossíveis, inacreditáveis e até sem qualquer coerência acontecem o tempo todo. A passagem do tempo é difícil de acompanhar e a trilha sonora é fraca, sem contar a composição kitsch do trabalho como um todo, característica peculiar da grande maioria das obras latinas. E no entanto, por algum motivo, não dá para parar de assistir.

Se por um lado, todos esses problemas existem, por outro, esse roteiro também ter que ter algo de bom, ou não teria se tornado um sucesso global. Quem sabe, talvez, seja o carisma dos protagonistas? É um bom palpite – já que é inegável que Camila, Simón e Zacarías (Sebastian Martínez) conseguem realmente nos conquistar -, mas parece que o segredo está mesmo no próprio enredo, apesar dos pesares.

Sendo assim, é certo que em Coração Marcado o melodrama reina absoluto, mas o clima de vingança que também rola solto consegue se sobressair o bastante para nos fazer ignorar os problemas e querer seguir em frente para saber o que vai acontecer. Simón conseguirá ter sua retaliação da perigosa organização de tráfico de órgãos que arrancou o coração de sua mulher para colocar em outra? Ele vai se apaixonar e ficar com Camila? E o que vai ser de Samantha (Valeria Emiliani), sua rebelde filha mais velha?

É assim que a série subiu tanto no gosto do público, mesmo quando rejeita, como já mencionado, a própria coerência. O pano de fundo, que mostra uma situação social muito séria, é suficiente para nos fazer assistir episódio a episódio, passando por cima do razoável e até das atuações precárias da maioria dos coadjuvantes – mas lembrando sempre que o trio principal se segura muito bem (especialmente Martínez, que interpreta o apaixonado e impulsivo Zacarías, marido de Camila). Eu diria que foi um bom começo de estória.

Portanto, se você está procurando algo fora do lugar comum para assistir e se divertir um pouco, vale muito o play em Coração Marcado. E aí? Já foi conferir?

*Todos os episódios da primeira temporada já estão disponíveis na Netflix. A segunda temporada já foi confirmada pela plataforma, mas ainda não tem data de lançamento.

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4 respostas

  1. Velho clichê colombiano , tão ruim quanto atuação dos atores já conhecido, mamão com açúcar , previsível o tempo todo que nem precisaria de segunda temporada pra ver no que vai dar .

  2. Até o momento não achei nenhuma série que eu pudesse assistir 2 x em seguida . Parabéns aos envolvidos.

    Anciosa para uma próxima temporada.

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Nota do(a) autor(a)

3,8/5
3,8
Coração Marcado
Coração Marcado
6,3
Título original:
Pálpito
Ano:
2022
País:
Colômbia, Argentina, México
Idioma:
Espanhol
Duração:
45 min
Gênero:
Drama, Suspense
Criador(a):
Leonardo Padrón
Atores:
Ana Lucía Domínguez, Michel Brown, Margarita Muñoz, Sebastian Martínez

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