Emily em Paris definitivamente não é uma série para grandes premiações. Realmente não apresenta nada de extraordinário que possa justificar sua presença na lista dos indicados ao Critic’s Choice, ao Emmy, ou ao Globo de Ouro, e o fato de isso ter acontecido – já que o seriado foi indicado em duas categorias do Globo de Ouro no ano passado – causou muita controvérsia e uma série repercussão na mídia. Mas tirando isso, a série é tudo de bom!
A segunda temporada da obra criada por Darren Star chega à Netflix trazendo de volta a simpática personagem de Lilly Collins e confirmando o sucesso da primeira parte, o clichê perfeito e adorável de uma produção que, por si só, não tem qualquer pretensão de ser mais do que é: uma série leve, descontraída, clara, colorida e divertida para alegrar o dia! Não dá vontade de parar de assistir.
Dessa vez, Emily (Collins) tenta esquecer Gabriel (Lucas Bravo) depois que descobre que ele vai ficar em Paris, enquanto tenta lidar com a culpa de ter tido um affair com o namorado da amiga e o aparecimento de um novo pretendente. A nova temporada também dá mais atenção à Mindy (Ashley Park) e seu talento musical e a Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu) e seu divertido mau-humor, explorando também as inusitadas interconexões entre as vidas pessoal e profissional da protagonista.
Emily em Paris não é a série perfeita e, para o mais exigentes, pode apresentar vários pequenos defeitos, inclusive de roteiro, mas funciona muito bem em sua “zoação” em relação aos franceses ao mesmo tempo que brinca com o romantismo e toda a ilusão da cidade do amor, uma espécie de conto de fadas moderno que sabe muito bem o que faz e conhece muito bem o seu público.
Na verdade, toda a obra é a visão que uma jovem americana contemporânea tem de Paris através de seu perfil no Instagram, refletindo perfeitamente a sociedade atual em que a linguagem universal de saber postar uma foto no lugar certo e na hora certa vale mais do que aprender outro idioma.
No entanto e apesar disso, o roteiro de Emily em Paris não soa agressivo nem como quem quer julgar nada, numa certa inocência calculada que, mesmo construída, é tão charmosa quanto Emily, seus pretendentes, e o cenário em que eles transitam.
A segunda temporada segue tão boa quanto a original e, quem acha que ganha por não assistir porque o seriado é bobinho, não sabe o que está perdendo!
