Crítica | Nove Desconhecidos – S1E7

“A roda do ônibus roda, roda
Roda, roda…
Roda, roda…”

Essa foi a analogia perfeita que Jessica (Samara Weaving) fez – enquanto desfrutava de seu lugar favorito do centro de bem-estar: as águas termais – entre a letra de uma música e a situação que Tranquillum está vivendo. Masha (Nicole Kidman), ao que tudo indica, vai “rodar” como a roda do ônibus da canção: de forma grande e espetacular.

O penúltimo episódio de Nove Desconhecidos (Nine Perfect Strangers) passou do nível do psicodélico para se tornar também o mais tenso da série.

Sendo assim, os hóspedes continuam com sua dieta de alucinógenos e a câmera imersiva do seriado segue nos informando do nível de sobriedade dos hóspedes, mas fica mais do que claro que Masha está perdendo o controle ao mesmo tempo que, de todos os lados, a pressão sobre ela aumenta.

Vejamos então. O episódio começa com nossa protagonista relembrando mais uma vez a morte trágica de sua filha, Tatiana (Alyla Browne), seguida de uma frase misteriosa: “Se não agora, quando?”. No entanto, antes que pudéssemos sequer nos perguntar o que isso poderia significar, Carmel (Regina Hall) aparece, completamente insana, e começa a espancá-la, chamando-a de Lilian. Se Lars (Luke Evans) não estivesse por perto para impedi-la, um assassinato poderia ter acontecido.

Permitam-me, portanto, uma reflexão. A quem pode ser atribuída realmente a culpa por essa agressão? A Masha, por estar drogando seus hóspedes, ou a própria Carmel? Como eu disse em meu texto anterior sobre o episódio passado, o jeito meigo da personagem de Regina Hall pode ser somente uma fachada para esconder uma intenção muito mais sombria do que simplesmente se curar de seus traumas. Talvez, as drogas alucinógenas tenham somente acelerado seus planos ou… mudado eles. A revelação da incrível cena final do episódio pode ilustrar o que estou dizendo: será que o homem que tentou assassinar Masha é o marido de Carmel? Será que é ele, ou ela ou o casal que está ameaçando a dona do Tranquillum? Haja curiosidade!

No entanto, alguns hóspedes estão questionando cada vez mais os métodos utilizados no centro de bem-estar. Zoe (Grace Van Patten), Lars e Frances (Melissa McCarthy) estão entre eles, mas nenhum tem a coragem de ir embora e continuam embarcando na onda de Masha. Até agora, somente Delilah (Tiffany Boone) conseguiu alcançar a determinação para se libertar, saindo do Tranquillum maravilhosamente, destruindo a cerca para, talvez, ir denunciar sua chefe para as autoridades – nesse episódio descobrimos que um hóspede anterior morreu depois de passar pelo mesmo procedimento pelo qual Masha quer que os Marconi passem.

Sim. As coisas estão cada vez mais tensas para a loira feérica que está cada vez menos feérica e cada vez mais mundana novamente, a pressão transformando sua graça, leveza, graciosidade e segurança em cansaço, suor e incertezas, o que é mais um ponto interessantíssimo a ser destacado.

Dessa forma, diferente de alguns episódios anteriores em que tudo parecia ser o paraíso para os hóspedes, os funcionários e a dona do Tranquillum, este representou o começo de uma grande queda para o inferno, pelo menos para algumas pessoas.

O que será que nos aguarda no último episódio de Nove Desconhecidos? A roda do ônibus está rodando, rodando, rodando…

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Nota do(a) autor(a)

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Drama, Mistério, Thriller
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