SPOILER ALERT!
Expresso do Amanhã (Snowpiercer, 2020) continua frenético em sua segunda temporada. Depois do final emblemático da primeira parte na qual assistimos à luta e ascensão de Layton (Daveed Diggs), agora nós presenciamos a decadência precoce do ex-fundista com o retorno de Wilford (Sean Bean) e a revelação das mentiras de Melanie (Jennifer Connelly). O Big Alice chegou para aumentar o número de vagões de 1.001 para 1.034 e trazer uma nova gama de personagens dos quais o quase mitológico construtor do Snowpiercer e Alex (Rowan Blanchard) são as principais.
É difícil escalar qual foi a faceta mais interessante dessa sequência, mas sem maiores delongas, a questão que pairou no ar durante toda a primeira temporada sobre quem realmente era o vilão da história foi completamente sanada. Sean Bean assume esse papel com uma elegância ímpar, nos lembrando como é sempre um prazer vê-lo atuando. Sua personagem, Wilford, mostra como a vaidade e o egoísmo não morrem nem mesmo na iminência da extinção da humanidade no cenário do fim do mundo, ou seja, ali ele é a personificação do mal. Manipulador e perito em criar ilusões, é ele quem traz todo o charme dos episódios a que acabamos de assistir.
Entretanto, uma centelha de esperança se acende quando Melanie descobre um composto no ar que pode indicar uma provável auto-recuperação do planeta. Assim, para investigar melhor esse fato, ela precisa sair do Snowpiercer e se dirigir para uma estação de pesquisa, e essa é a deixa para nossa protagonista praticamente desaparecer do seriado, o que foi realmente uma pena. Mas, por outro, lado, Alex se mostra uma boa substituta para a mãe, quando finalmente descobre quem o homem que a criou durante sete anos realmente é.
Sendo assim, nessa temporada a série se firma depois da incerteza de ter sido renovada antes mesmo do lançamento da primeira, trazendo uma história de caos e disputas numa verdadeira guerra fria – o que não é de se admirar quando seu produtor executivo é Bong Joon Ho. É interessante notar como o enredo continua firme, sem se deixar acomodar em nenhum momento, mostrando como a tarefa de liderar não é para qualquer um. Ele nos mostra um Layton, que mesmo depois de sair vitorioso em sua revolução, sente na pele as dificuldades de se implantar um novo sistema, sendo obrigado até mesmo a se utilizar das táticas de seus rivais que antes ele tanto criticava.
Ademais, fora do arco principal, as subtramas também se desenvolvem de forma eficiente e complementam o fio condutor, trazendo elementos de investigação, crime e violência dentro da ambientação restrita do Snowpiercer, agora um pouco expandida com a entrado do Big Alice. Persongens como Ruth (Alison Wright) e Audrey (Lena Hall), ganham mais espaço e se convertem de suas crenças anteriores, tendo que lidar com as consequências disso; e Josie (Katie McGuinness) se depara com um novo poder e o aumento de suas capacidades físicas quando já se achava condenada. Confesso que queria ter visto um pouco mais disso.
Enfim, entre mortos e congelados, a segunda parte de Expresso do Amanhã termina deixando ainda muitas considerações e pontas a serem amarradas. Os corpos de Ravi e Melanie não nos foram mostrados, o que significa que provavelmente eles estão vivos. E quem sabe uma colônia de sobreviventes da era glacial será apresentada na próxima temporada de Snowpiercer, 1.034 vagões.
Respostas de 2
Ótima critica pra uma ótima série,sou suspeito, fã desde o filme.
😄