Crítica de série

Crítica | Outlander – 6ª temporada

Publicado 3 anos atrás

Nota do(a) autor(a): 4,2

Depois de morrer pelas mãos delicadas de Marsali (Lauren Lyle), o asqueroso Lionel Brown (Ned Dennehy) retorna à sexta temporada de Outlander – baseada no sexto livro da saga literária romântica de Diana Gabaldon, Um Sopro de Neve e Cinzas – para atormentar Claire (Caitríona Balfe) no mais puro significado de trauma – como um fantasma agourento que quer enfraquecer a determinação e a confiança da melhor médica do século XX que vive no século XVIII.

Até mesmo por isso, acho certo dizer que nunca antes Claire esteve tão frágil – mas também, pudera, depois de sofrer a humilhação de sucessivos estupros que mulher voltaria ao seu estado 100% normal? -, e, portanto, fragilidade parece ser a palavra certa para descrever essa nova parte da estória.

Caitríona Balfe
Caitríona Balfe como Claire em ‘Outlander’ © Cortesia Star+

Tudo e quase todos estão frágeis, a começar pela paz em Fraser’s Ridge, Carolina do Norte, onde vivem nossos protagonistas. Afinal, estamos à beira da guerra de independência e a sombra da dúvida sobre se Richard Brown irá aparecer para vingar a morte do irmão, Lionel, paira sobre eles como uma nuvem negra.

Trazendo novos personagens, como o antigo companheiro de Jamie (Sam Heughan) da prisão de Ardsmuir, Tom Christie (Mark Lewis Jones) e sua família – incluindo seu filho arrogante, Allan (Alexander Vlahos), e sua filha perigosa, Malva (Jessica Reynolds) -, o que tivemos é uma temporada bem melhor que anterior, pelo menos em termos de dinamicidade.

Outlander
Jessica Reynolds como Malva Christie, Mark Lewis Jones como Tom Christie e Alexander Vlahos como Allan Christie em ‘Outlander’ © Cortesia Star+

Sendo assim, a título de exemplo, houve somente um rápido vislumbre de uma depressiva Jocasta (Maria Doyle Kennedy) e a série não ficou enchendo linguiça em Cross Creek, o que foi ótimo já que o ápice da personagem já passou faz tempo. Também não se perdeu muito tempo com a politicagem de Jamie com os índios, seu amigo John Grey (David Berry) ou os chamados Filhos da Liberdade, os revolucionários que, como advertiram Claire e Brianna com sua sabedoria futurística, seriam os vencedores da guerra de independência.

Não. O foco foi mesmo na fragilidade de tudo e quase todos. A fragilidade não só da paz, mas também da vida e da sanidade, numa época em que a ignorância reinava praticamente absoluta e a medicina ainda era confundida com a bruxaria, os remédios eram tidos como poções malignas e o éter visto como a própria foice da morte (ou, no caso de Claire, como a melhor e única válvula de escape). E tudo isso, é claro, sem faltar com o detalhe que sempre foi o grande chamariz da série: o erotismo.

Sim. Apesar de tudo, o amor entre Jamie e Claire aumentou em proporção ainda maior do que o desejo que sentem um pelo outro, apenas regados por uma carga maior de responsabilidade enquanto sua família cresce cada vez mais.

Caitríona Balfe e Sam Heughan
Caitríona Balfe como Claire e Sam Heughan como Jamie em ‘Outlander’ © Cortesia Star+

E se levarmos em conta o final da temporada que, como todas as outras, fez as coisas ficarem realmente empolgantes, é por certo concluir que assistimos ao último suspiro de paz que os Fraser terão em muito tempo. Vai começar outra guerra com um sopro de neve e cinzas. E não há éter suficiente que possa solucionar a situação.

Onde assistir Outlander?

Original da Starz, nos Estados, aqui no Brasil Outlander se tornou produção exclusiva do Star+, pelo menos por uma janela de tempo, portanto, é lá que você conseguirá encontrar tudo o que já foi lançado da obra, inclusive os episódios mais recentes da sexta temporada.

Para quem acompanha a série pela Netflix, no entanto, terá que esperar até o dia 06 de março de 2023 – provável data de lançamento da produção no streamer – para acompanhar a continuação das aventuras de Claire e Jamie.

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Outlander Pôster

País: EUA

Idioma: Inglês

Respostas de 9

  1. Outlander é minha série preferida, assim como de muitas outra pessoas que fazer parte de clube de leitura, grupos de whatsapp, dentre outras forma de apresentar-se como fã. Fã dos livros de DG, e da série. Nesse sentido, acredito que a crítica é sensata, pois a temporada realmente apresenta os personagens fragilizados pelos últimos acontecimentos enquanto tem que lidar com a chegada da guerra.

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