Mesmo com elenco notável e bons jogos de câmera, “A Batalha das Correntes” desperdiça a chance de contar com maestria um das maiores rivalidades entre gênios da história
Uma rivalidade entre brilhantes visionários que envolve a invenção de um dos maiores avanços tecnológicos da humanidade resultou em um momento épico da história. Foi uma competição acirrada que iluminou o mundo, literalmente, com a distribuição da eletricidade. Baseado neste fato histórico, o filme A Batalha das Correntes narra uma batalha pelo futuro.
Esta guerra, ocorrida no do final do século XIX, envolve o inventor Thomas Edison (Benedict Cumberbatch), que criou a primeira lâmpada elétrica, mas ele quer levar para Manhattan a sua nova e radical tecnologia: a corrente direta, que será capaz de distribuir a eletricidade.
Todavia, o empresário George Westinghouse (Michael Shannon) acredita que ele e seu parceiro, o novato gênio Nikolai Tesla (Nicholas Hoult), tem uma ideia superior de como eletrificar rapidamente a América: o uso da corrente alternada. A partir daí, inicia-se uma disputa entre eles para decidir quem irá alimentar a eletricidade nos Estados Unidos. Assim, eles desencadeiam uma das primeiras e maiores brigas corporativas da história americana.
Um dos momentos mais emblemáticos da história da tecnologia poderia ser contado com maestria, mas A Batalha das Correntes tem momentos que parecem desajustados, e o fato de a produção ter ficado pronta em 2017, mas ter sido pausada depois das denúncias de assédio, parece ter ficado claro no resultado final.
Luz Fraca
Apesar de contar com um ótimo elenco, que inclui Tom Holland no papel do magnata norte-americano Samuel Insull, e ótimos jogos de câmera, o roteiro é a luz mais fraca da produção. Mas se a história não se encaixa bem, e os personagens não recebem a profundidade que merecem, os atores entregam belas performances que despertam o interesse.
O filme também nos dá boas sacadas, como alguns paralelos inteligentes entre os empreendedores de celebridades atuais e um mundo em rápida mudança tecnológica.
Categoricamente o filme não é um fracasso, mas a alternância de cenas enérgicas que dão lugar a uma segunda metade lenta, é notável perceber o quanto o potencial da história foi desperdiçado, pois quando vai chegando ao fim, o longa ainda não mostrou o que tem a dizer. A Batalha das Correntes é uma história fascinante, mas um tanto mal contada