Um elenco de primeira e uma trama instigante são sinais de que vem um sucesso cinematográfico, correto? Nem sempre! O que mais tem acontecido em Hollywood são fiascos estrelados por grandes nomes da indústria. Por isso é muito difícil entender porque nomes de peso como Amy Adams e Julianne Moore optaram por um projeto tão raso como A Mulher na Janela, especialmente diante do sucesso que filmes independentes de diretores novatos têm tido na indústria.
A história é uma adaptação da obra de A.J. Finn, e acompanha a vida de Anna Fox (Adams), que passa seus dias confinada em casa devido à agorafobia gerada por um trauma em seu passado. A psicóloga fica obcecada pelos novos vizinhos – e por solucionar o crime brutal que viu da janela.
Por ser dirigido por Joe Wright, que apresentou uma boa experiência em adaptações literárias, era esperado um filme interessante de se assistir. Então fica o questionamento: o que não rendeu em A Mulher na Janela? Além da atuação competente de Amy Adams, a história não prende o suficiente e não mostra elementos inovadores. Apenas quem leu o livro poderá confirmar o que deu errado!
Sendo assim, em se tratando do tema de ficar preso em casa e desvendar um crime sem querer, Paranóia entrega um enredo muito mais original e aflitivo em seu suspense. Aqui, você fica completamente confuso sobre as motivações dos personagens e algumas ações são completamente gratuitas, s exemplo dos policiais: talvez fosse para quebrar paradigmas, mas é difícil acreditar que justo a policial feminina seria a cretina da história para não sentir empatia nenhuma pela protagonista, único mérito do filme! Amy Adams faz de tudo pra salvar o filme de ser completamente sem substância. Acredito que se a história fosse para um caminho que trabalhasse os verdadeiros traumas de Anna no antes, durante e depois dos acontecimentos que a levaram àquela situação, pode ter certeza que teríamos uma história muito mais rica.
Além disso, outros personagens também não se mostraram muito eficientes. David (Wyatt Russell) é outro cuja presença não tem propósito na trama. As revelações que permeiam seu personagem não possuem nada de surpreendente e, no entanto, a aura de mistério do filme fez parecer que ele tinha importância. Quando o plot twist finalmente é revelado, você fica com aquela expressão de poker face, buscando entender porque aquela situação foi jogada na sua cara de forma tão desleixada. Gary Oldman foi desperdiçado mil vezes nesse filme. Parece que o único propósito dele era amedrontar a protagonista, e mais nada.
No fim das contas, é frustrante ver o rumo que a Netflix tem tomado em seus filmes. Mais uma vez me vejo fazendo a mesma reclamação ao streaming por não arriscar em projetos mais ousados.