It: A Coisa | Versão literária x Versão cinematográfica

Como é bela a escrita de Stephen King. Seu talento para encantar dentro de um gênero feito para impressionar – o terror – é indiscutível. Não é à toa que suas obras já venderam mais de 400 milhões de cópias, com publicação em mais de 40 países.

O autor americano nascido no Maine poderia bem ser um psicólogo, porque a riqueza com que constrói seus personagens é notável e talvez seja esse o seu ponto forte, mais até do que a história de seus livros em si.

A literatura de Stephen King é toda bastante instrospectiva e talvez seja por isso que adaptar suas obras para o cinema seja uma tarefa bem complexa. E já foram vários os cineastas que o fizeram, como Brian de Palma (1976) e Kimberly Peirce (2013), com suas respectivas versões de ‘Carrie, A Estranha’; Mary Lambert (1989) e  Kevin Kölsch e Dennis Widmyer (2019), com suas respectivas versões de ‘Cemitério Maldito’; e, mais recentemente, Andy Muschietti, com It, capítulos 1 (2017) e 2 (2019), para citar somente alguns exemplos.

Tentar traduzir em imagens a “psicologia” de King não é tarefa para qualquer um e o autor geralmente não gosta dos filmes baseados em suas histórias, o que nos faz questionar o motivo de ele continuar vendendo os direitos para a indústria do cinema… Seu desgosto com o filme “O Iluminado’ (1980), de Stanley Kubrick, por exemplo, é conhecido e, mesmo assim, sua sequência, ‘Dr. Sono’, está em plena produção. Independente disso, são muitos os fãs do escritor, tanto aqueles que o leem, quanto aqueles que o assistem nas telonas.

Nesse artigo, porém, vamos nos voltar para It (It- A Coisa, em português), em razão da estreia de sua segunda parte nos cinemas.

Divisão em duas partes

A razão para que o filme de Andy Muschietti fosse dividido em duas partes, possui dois motivos.

1. A extensão do livro em que é baseado, que possui 1.100 páginas;

2. A linha narrativa da história, que se alterna entre as fases criança e adulta dos personagens principais.

Com isso em mente, é interessante notar que o cineasta optou por adotar uma narrativa linear, enquanto que a história original literária de King vai e volta e no tempo.

Explica-se. No primeiro filme, It (2017), os personagens principais são crianças entrando na adolescência. Já na segunda parte, It – Chapter Two (2019), encontramo-os já adultos. Essa foi uma sacada bastante inteligente de Muschietti – na história já temos que lidar com bastante coisa sem termos que nos preocupar com a linha temporal dos acontecimentos.

Portanto, os leitores em potencial já ficam avisados de que não dá para ler metade do livro, assistir ao filme 1 e, depois ler a segunda metade e assistir ao filme 2. Não dá nem mesmo para ir saltando as páginas, escolhendo os capítulos da fase criança primeiro e depois os da fase adulta, porque a escrita de Stephen King não permite. Ela é inteligente demais para isso. Um capítulo se conecta diretamente com o seguinte de forma peculiar, de modo que a coerência se perderia se o leitor saltasse algum.

Mas no filme 2… Bem, Muschietti pegou o jeito! Talvez, por causa do bom desempenho e talento das crianças na primeira parte, ou talvez porque o público já estivesse firme na história, os flashbacks apareceram para enriquecer o filme e as idas e vindas no tempo começaram. It – Chapter Two é a extensão perfeita do primeiro capítulo e talvez seja a melhor adaptação de um livro de King já feita. São 180 minutos de filme muito bem aproveitados, tanto que as diferenças com a versão literária conseguem ser perdoadas por quem leu a obra original.

Mas como acontece esse passeio no tempo? Bem, no livro, tudo começa em 1957/58, quando George, o irmão caçula de Bill é assassinado por Pennywise, o palhaço, vulgo A Coisa, e termina 27 anos depois, em 1984/85. Já nos cinemas, Muschietti quis puxar os acontecimentos para mais perto de nós, e o começo de tudo é em 1985, terminando 27 anos depois, em 2012. Dessa forma, os personagens poderiam usar celulares e dirigir carros bem mais modernos, fazendo o público se identificar mais com o contexto social.

Os personagens

São sete os personagens principais de It: Bill, Eddie, Mike, Beverly, Stanley, Ben e Richie, que formam o Clube dos Otários e, como também já mencionado no começo desse artigo, cada um deles é construído por King de forma impecável, sendo que o leitor é capaz de conhecê-los intimamente – suas características, suas personalidades e, claro, seus medos.

É possível entender o motivo da angústia de Bill, da libertinagem de Beverly, da obesidade de Ben, da timidez de Mike, dos pudores de Stanley, dos deboches de Richie e da fragilidade de Eddie.

De fato, cada um deles está lidando não só com o terror causado pela Coisa, mas também com os acontecimentos e incidentes naturais da vida. Vejamos:

Bill: Depois da morte de seu irmão caçula, George, além da própria dor, Bill também tem que lidar com o “abandono moral” dos pais, que nunca mais se recuperaram da morte do filho mais novo, praticamente esquecendo-se do mais velho, que não passava de 12 anos de idade. Além disso, Bill é gago, coisa que o aborrece bastante e que o faz ser fonte de bullying na escola. Ele é o líder e a força do Clube dos Otários, uma espécie de herói para os amigos, e teme decepcioná-los. Para terminar, ele se apaixona por Beverly, mas demora a entender a isso. O incômodo que ele sente toda vez que está perto da garota é outra coisa que o deixa maluco.

Beverly: O que se deve pensar quando se fala em Beverly é beleza. Beverly é linda. Ela é uma criança maravilhosa e se torna uma mulher deslumbrante. Sua aparência atrai a inveja de suas colegas de escola que, mesmo bem mais ricas, não chegam nem perto de serem tão bonitas. Seu problema todo acontece em casa, porém. Beverly tem uma mãe negligente que trabalha o dia inteiro e não liga muito para ela. Por outro lado, seu pai presta atenção demais. Ciente da beleza da filha, mas de uma maneira muito torta, ele busca “protegê-la”, espancando-a e explorando-a. E ainda por cima, Beverly é obrigada a ouvir os pais tendo relacionamento íntimo no quarto ao lado. Não é à toa, portanto, que sua sexualidade despertou cedo, junto com a vontade de desafiar o pai. Diferente de Bill, ela percebe na hora que se apaixonou por ele, mesmo que tenha medo de se declarar abertamente.

Ben: Ben é filho único de uma mãe solteira que dá duro para criá-lo. Como se esforça muito para conseguir colocar comida na mesa, ela fica extremamente chateada – deprimida mesmo – quando Ben não come tudo o que ela lhe dá. O resultado é que o garoto desenvolveu uma obesidade mórbida, motivo do bullying que ele sofre. Ben talvez seja o mais inteligente do grupo e, ainda criança, já demonstrava a habilidade que o tornaria o maior arquiteto do país, quiçá do mundo. Ele também se apaixona por Beverly, mas de forma muito mais profunda que Bill. Seu sentimento é tão forte que ele chega a enviar um bilhete anônimo para a garota com um poema, exaltando a cor de fogo de seus cabelos.

Mike: Mike é um garoto pobre e negro que entra para o Clube dos Otários por acidente (literalmente). Não é preciso nem dizer o motivo de porque a maioria da sociedade faz bullying com ele. Sua relação com o pai é a mais bonita de toda a história, por isso, pode-se dizer que Mike é o menos “traumatizado” de todos os seus amigos. Ciente do que todos pensam da sua família (já que os negros praticamente não existiam em Derry, a cidade onde se passa a história), Mike procura ser discreto e ficar longe de confusão. O problema é que seu vizinho, Henry Bowers, que o odeia, não o deixa em paz, e Mike passa metade da semana fugindo dele.

Stanley: A característica mais marcante de Stanley é ser judeu, mas, fora isso, ele é igual ao resto dos amigos. O livro tem passagens bastante interessantes em que ele explica para o resto do grupo alguns pontos sobre sua religião (particularmente, gosto da passagem em que o livro fala sobre o Golem). Stanley é o mais sistemático e o mais engomadinho de todos, está sempre bem vestido e detesta ficar sujo, mas nunca deixa de realizar nenhuma atividade nem de ajudar, quando necessário. Ele é apaixonado por pássaros e anda para cima e para baixo com um livro detalhado das espécies de aves, que ele passa horas observando.

Richie: Richie é o comediante do Clube dos Otários, capaz das melhores e das piores tiradas nas mais inusitadas situações. Ele adora fazer suas famosas Vozes, interpretando personagens diferentes a cada momento específico. Ele gosta de fazer serviços em troca de dinheiro e é o responsável pela entrada de Beverly no grupo, quando a convida para uma sessão de cinema seguida de uma perseguição pelo grupo de Henry Bowers – os garotos mais velhos que vivem incomodando os Otários. Várias vezes ele se esconde por trás de seu humor, para camuflar um medo ou uma tensão e muitas vezes chega a parecer covarde, mas também nunca vacila quando chega a hora de ajudar.

Eddie: No começo, antes do Clube dos Otários, eram somente Bill e Eddie. Os dois eram melhores amigos e dá para entender porquê. Vivendo à sombra da mãe super, hiper, mega, ultra protetiva, Eddie é um garoto pequeno, frágil e inseguro que desenvolveu asma e acredita que é capaz de pegar a pior das gripes com a mais suave das brisas. Bill, sendo um garoto alto e de personalidade bastante protetiva, parece ter tomado Eddie como pupilo, quase um “irmão substituto” para George, que havia morrido. Ele também é discreto e gosta de passar despercebido, se possível. Eddie é como um Sancho Pança, o mais leal dos amigos.

As diferenças quanto ao livro

Muitas dessas características são vistas nos filmes… com algumas pequenas alterações.

Bill: Na primeira parte, não há muita diferença entre as versões cinematográfica e literária de Bill, dá para perceber a liderança perfeitamente. E isso deveria ter continuado na segunda parte. No livro, depois que Mike faz as fatídicas ligações convocando os sete amigos de volta a Derry e consegue reuni-los – com exceção de Stan, que se suicida -, ele passa o bastão para Bill, que novamente começa a tomar todas as decisões, e ninguém questiona isso. Era natural. No cinema, entretanto, a figura dele fica bem “apagada” pelas presenças fortes do próprio Mike e de Ben.

Além disso, tem a questão de seu casamento. Depois de adulto, Bill se torna um escritor de sucesso e acaba indo parar na indústria do cinema, quando então conhece Audra, uma atriz famosa, e se casa com ela. Importante notar que (por que será?!) Audra é muito parecida com Beverly.

Mais ainda, no livro, Bill jamais tem problemas com os finais de suas histórias, essa foi uma das adições cômicas de Muschietti ao seu longa, para que ele pudesse “zoar” um pouco com o personagem, o que ficou bem legal. Só não precisava ter retratado Audra como uma chata já que, na verdade, ela é um amorzinho, e sua relação com Bill é excelente. Durante toda a convivência com Beverly depois que o grupo volta, já adulto, para Derry, Bill se sente culpado pelo que (ainda) sente pela amiga de infância.

Lembrando também que, na literatura, Audra vai para Derry atrás do marido, é capturada pela Coisa, e fica flutuando…

Beverly: A primeira diferença notável quanto a Beverly é que ela, em nenhum momento do livro, corta os cabelos, uma das características mais marcantes de sua beleza, mas esse foi um toque bem legal de Muschietti, uma forma que ele encontrou de mostrar sua revolta com o pai e sua beleza. Além disso, assim como Bill, sua versão adulta pareceu perder a atitude e a presença da versão infantil. Por incrível que pareça, a interpretação de Sophia Lillis na fase criança/pré-adolescente de Beverly deu muito mais força à personagem do que a versão adulta de Jessica Chastain.

O filme também conta que Beverly era órfã de mãe, diferente do livro, mas mesmo que rapidamente, a relação da garota com o pai foi satisfatoriamente demonstrada.

Ben: Quanto a Ben, duas coisas chamam a atenção. A primeira delas é que, no filme 1, ele aparece só de cuequinha na frente de Beverly, o que faria sua versão literária ter um ataque cardíaco, já que, no livro, ele não se atrevia nem a tirar o moletom quando a garota estava por perto. A segunda é a ausência da mãe dele em sua fase infantil, já que ela é muito importante para entendermos o personagem.

A falta de menção às habilidades com a arquitetura de Ben, que incomoda um pouco no primeiro filme, é corrigida no filme 2, quando então o seu sucesso como arquiteto aparece explicitamente.

Mike: Quanto a Mike… Talvez ele seja o personagem que é representado de maneira mais diferente do livro. Em primeiro lugar, no cinema ele é um garoto (e depois um homem) grande e robusto, bem diferente da criança pequena e magricela e do adulto também franzino da literatura. No primeiro filme ele é praticamente ignorado, sua importância só se tornando mais forte na segunda parte. Seus pais nunca morreram em um incêndio e nem eram drogados, mas Muschietti quis misturar a história impressionante que o pai de Mike contou para ele sobre o bar que pegou fogo e do qual ele escapou. Outra sacada bastante interessante.

Além disso, Muschietti destaca ainda mais o personagem Mike ao fazer com que tenha sido dele a ideia de usar plantas alucinógenas para encontrar uma maneira de vencer a Coisa quando, na verdade, essa ideia é de Ben, que vivia na biblioteca lendo. No livro, os sete amigos cheiram a fumaça produzida da queima dessa planta, mas (e aí sim o filme se acerta com obra literária) é Mike quem realmente tem a visão… Só que Richie está com ele nesse momento.

Stanley: No cinema, Stanley nunca fala dos pássaros, que são sua paixão, e sua aventura na torre de água de Derry não é contada. Na verdade, no filme, Stanley é o menos explorado, talvez por ser o mais fraco dos Otários… Como os próprios amigos reconhecem em uma das cenas.

Mas uma coisa que faz falta, no entanto, é que na parte de seu suicídio, não vemos as palavras ‘A Coisa’ (ou ‘It’, no original em inglês) escrita com sangue na parede de seu banheiro, como ocorre no livro.

Richie: A versão infantil de Richie nunca faz as Vozes, que são a sua marca principal, e há somente uma cena em que ele faz algo parecido na versão adulta do segundo filme.

Outra diferença é que Richie não é gay no livro. O personagem homossexual da história é Patrick Hockstetter, mas se um personagem tivesse que ser transformado em gay na versão do cinema, Richie seria o cara. Foi uma boa escolha de Muschietti.

Eddie: Assim como Mike, o Eddie do livro também é bem diferente do Eddie do cinema. Na literatura, como já comentado, Eddie é bem mais discreto e nem de longe fala tanto palavrões como faz no filme… No entanto, sua versão cinematográfica ficou bem melhor (que Stephen King me perdoe!). Tão engraçado, senão até mais engraçado do que Richie, Eddie é um dos pontos altos do filme, o responsável por várias das gargalhadas.

Os medos dos Otários

É preciso deixar claro que o perigo da Coisa reside no fato de que ela é capaz de personalizar o medo, ou seja, de se transformar naquilo que você mais teme. É por isso que é difícil definir o que ela é.

Sua imagem ficou muito presa na imagem do palhaço Pennywise, que é a forma pela qual a conhecemos no começo da história, quando ela mata George no bueiro. Mas A Coisa é muito mais do que isso.

Tanto é assim, que quando ela aparece para cada um dos Otários, sua forma está diferente, apesar de Pennywise ser sua “versão oficial”. Bill sempre enxerga alguma coisa relacionada a George, seu irmão assassinado; Eddie enxerga um homem leproso, já que é hipocondríaco; Mike enxerga um pássaro gigantesco (ou um monte de pessoas pegando fogo atrás de uma porta, na versão do cinema); Ben vê uma múmia; Richie, um lobisomem adolescente, em razão do filme de terror que ele havia visto e que o impressionara; Stanley vê mortos na antiga torre de água de Derry (no cinema ele tem que lidar com pintura de uma mulher deformada), Richie tem problemas com a estátua de plástico gigante de um lenhador, o símbolo da cidade de Derry; e Bev escuta vozes vindas de sua pia no banheiro.

A versão de Ben não aparece no filme de Muschietti e a de Richie só aparece no segundo filme.

O clima de terror

O gênero de It é o terror. Isso é claro, obviamente, tanto no livro quanto nos filmes. E quando se trata de terror… Há que haver um clima todo especial e, nisso, o livro de Stephen King dá um banho nos filmes (agora é Muschietti quem deve me perdoar!).

Por isso, os espectadores que ficaram impressionados com os filmes não devem chegar nem perto do livro. A bem da verdade, apesar da excelente atuação de Bill Skarsgård, o personagem Pennywise no cinema é ridículo. Reforço que a culpa aqui não cabe nem de longe ao ator, mas sim ao roteiro e à direção. Até Richie faz troça do palhaço em uma das cenas, imitando para os amigos a dancinha que Pennywise faz. Outra coisa que confirma o que acabo de dizer, são as risadas dos espectadores na sala de cinema quando A Coisa aparece. É tão ridículo que chega a ser cômico.

No livro, Pennywise até tem um certo senso de humor… Mas até isso é meio assustador. No cinema o clima é bem mais ameno.

O que o cinema amenizou

Mas não é somente o clima de terror que a versão cinematográfica deixou mais leve. Muitas outras passagens do livro são bem mais pesadas do que nas cenas dos filmes, e se referem a sexo e drogas.

Como visto no segundo filme (outra coisa que o primeiro deixou de mostrar), Ben construiu uma sede para o Clube dos Otários, debaixo da terra. É lá que os garotos amontoam um punhado de uma planta alucinógena que os ajudará a ter uma ideia de como vencer a Coisa. Essa passagem do livro de quando eles começam a inalar a fumaça é… bem forte.

Mas são as questões envolvendo Beverly que mais impressionam, a começar pela violência com que o marido a trata. Isso é mostrado rapidamente no filme, mas chama muito a atenção na literatura.

A cena mais impressionante, no entanto, é a que se passa no subsolo de Derry, depois que as crianças vencem A Coisa pela primeira vez. Elas se perdem e, para que o grupo ganhasse nova força para poder voltar para casa, ela faz sexo com os seis amigos… E King não economiza nos detalhes.

Claro que não seria muito legal e nem mesmo recomendado colocar isso nas telas do cinema. O que se quer aqui é somente demonstrar as diferenças entre as versões da história, de modo que fique mais fácil para quem não leu o livro conhecer como é a literatura de Stephen King.

A luta contra Pennywise

A luta que acontece entre os Otários e o palhaço Pennywise é, com certeza, a pior parte do filme 1, pelo menos para quem leu o livro e sabe como foram as coisas de verdade. Não havia mais tempo de filme para retratar o que ela realmente significa.

Entretanto, a “viagem” de King nessa passagem é tão inexplicável que é missão quase impossível para um roteirista ou diretor reproduzi-la no cinema, não de forma que o público fosse entender completamente…

No segundo filme, entretanto, as coisas melhoraram bastante, e a luta final foi bem mais grandiosa e bem menos decepcionante do que no primeiro… Apesar de, claro, não chegar aos pés daquela descrita no livro.

A verdade é que não havia tempo

Como já dito anteriormente, a versão literária de It possui 1.100 páginas e, levando em consideração as diferenças e dificuldades na passagem das páginas para as telas, Muschietti fez um trabalho grandioso, principalmente no filme 2, infinitamente melhor do que o primeiro.

O diretor conseguiu explorar, mesmo que de forma superficial ou rápida demais (para quem leu o livro), praticamente todas as questões abordadas por Stephen King, e ainda conseguiu melhorar certas coisas (como o personagem Eddie, por exemplo). Uma pena que não tenha feito o mesmo com Pennywise, mas isso não chega a atrapalhar o resultado final.

A escolha dos atores foi quase perfeita (eu, particularmente preferiria Amy Adams no lugar de Jessica Chastain), é como se os atores mirins tivessem envelhecido 27 anos em 2, tamanha a semelhança e a exatidão dos trejeitos de cada um.

Ainda, a força da amizade do Clube dos Otários ficou tão clara que chega a emocionar.

Conclusão

Que Stephen King é um gigante da literatura não é novidade nenhuma, mas com sua versão cinematográfica de It – A Coisa, Andy Muschietti entrou para a minha lista de grandes diretores por esse trabalho incrível que conseguiu realizar.

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