Artigo | Multiverso – Até que ponto ele será explorado nas telonas?

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa trouxe uma experiência mundial que, até então, jamais tinha sido experimentada em toda a história do cinema. O longa de Jon Watts não se limitou apenas às salas de cinema, foi um ano em que a Marvel traçou uma estratégia de marketing disfarçada de vazamentos em que cada novo pôster, cada novo trailer, cada nova imagem cozinhou a expectativa do público em fogo alto até a tão aguardada pré-estreia. E aí tivemos a confirmação: o multiverso era real!

Leia a crítica de ‘Homem Aranha: Sem Volta Para Casa’ aqui

A conjunção dos universos nos proporcionou um encontro histórico dos três Homens-Aranha, cada um vindo de sua respectiva dimensão, provando que a Marvel acertou em trabalhar cuidadosamente  um dos sentimentos mais vibrantes do ser humano: a nostalgia. 

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa estreou a nova fase da Marvel, na qual o multiverso será explorado cada vez com maior frequência, mesmo já tendo havido indícios dele em filmes anteriores, como em Vingadores: Ultimato e na série Loki, nos quais as personagens viajam através de várias linhas temporais e sofrem as consequências disso.

O próximo (e aguardado) filme da Marvel será Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, em que Steven Strange (Benedict Cumberbatch) enfrentará as consequências de ter mexido no multiverso. Em razão disso, possivelmente personagens de outros filmes que não fazem parte do MCU estarão presentes, como o Professor Xavier (Patrick Stewart) e até mesmo o Motoqueiro Fantasma (Nicolas Cage). As expectativas são grandes, mas, até que ponto e com que cuidado isso será explorado?

É claro que, por mais que a Marvel esteja colhendo resultados muito positivos dessa nova fase, é preciso se atentar aos detalhes, às pontas que podem ficar soltas e, principalmente, à eventuais futuras falhas de roteiro. 

Sendo assim, é fato que o multiverso abre um pretexto para nos oferecer soluções “preguiçosas”: justifica-se tudo o que aconteceu por que simplesmente aconteceu, ou seja, abriu-se um portal e, milagrosamente, aquilo aconteceu. Um exemplo é que a Marvel quase deu uma escorregada quando tratou da nanotecnologia usada por Tony Stark, a partir da qual ele poderia criar qualquer coisa sem nenhuma explicação plausível apenas por se tratar de nanotecnologia. Essa passagem pode muito se enquadrar no multiverso, no qual será a resposta para qualquer grande evento que venha acontecer nos próximos filmes e séries.

Vale lembrar que a DCU também começará a explorar esse tema no próximo filme do Flash, uma vez que teremos a presença de Michael Keaton retornando como Batman além do encontro de Flashs de várias outras dimensões. 

No entanto, por mais que o multiverso seja um excelente pretexto para explorar outros universos, ainda assim será necessário que os roteiristas tenham cuidado para não se perderem no discurso – é preciso subir degrau por degrau, sem tirar o pé do chão. 

O MCU trabalhou por 10 anos para chegar onde está hoje, trabalhando de maneira focada, determinada e sem perder a sua essência. Existe todo um legado em jogo que deve ser mantido e o último filme do Homem-Aranha mostrou que a Marvel está no caminho certo. Basta somente manter a direção e não se perder em sua própria grandeza.

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