Crítica de filme

Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim

Publicado 7 meses atrás
Nota do(a) autor(a): 2.5

Em 2014, a internet parou para comentar sobre um game que logo se tornaria fenômeno daquela época, conquistando assim seu espaço na cultura geek e na história dos videogames: Five Nights at Freddy’s. Um jogo cuja premissa é simples: você assume o papel de um guarda noturno de uma pizzaria abandonada e vigiará o local enquanto tenta sobreviver, por cinco noites, a um quarteto macabro de animatrônicos que tomam vida durante a madrugada e tentam te matar de forma brutal.

O game ficou famoso principalmente por ter uma jogabilidade fácil e por seus jumpscares icônicos, que rendem muitos momentos de tensão e sustos, além, claro, do divertimento. Não obstante, teorias sobre a história de fundo do jogo viralizaram na internet, rendendo inúmeros tópicos de discussões dentro de sua já estabelecida fanbase. Eventualmente, a franquia começou a engrenar com mais jogos, sendo lançados praticamente de formas anuais desde então, e expandindo-se para outras mídias como livros, HQs e, finalmente, um longa-metragem.

Sob o comando da Blumhouse,  Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim tem uma história parecida com a premissa do primeiro game. Mike Schimdt (Josh Hutcherson) aceita o emprego de ser vigia noturno da pizzaria abandonada Freddy’s Fazbear, extremamente popular nos anos 80 por conta de seus famosos animatrônicos. Quando o turno da noite começa, Mike percebe que estes mesmos robôs podem não ser simples figurações infantis, e algo maligno o espreita.

É claro que o filme, por ser uma adaptação direta do primeiro jogo, teve que desenvolver uma história mais profunda e incluir a presença de mais personagens para dar mais peso à trama. A personagem de Piper Rubio, que interpreta a irmã de Mike, consegue trazer uma camada sentimental ao personagem de Hutcherson.

A policial Vanessa, interpretada por Elizabeth Lail, serve como ponte para o público que não está familiarizado com a franquia, dando várias informações sobre o que está acontecendo na trama, mesmo que às vezes seja muito expositivo. Já Matthew Lillard tem pouco tempo de tela, e seu personagem é sustentado à base de um mistério que não é muito bem trabalhado No decorrer da rodagem. Emma Tammi, diretora responsável pelo filme, consegue usar do roteiro para dar espaço a todos esses personagens e o desenvolvimento de seus arcos, mas esquece de um fator crucial para a narrativa: o terror.

Ocupando boa parte do filme para desenvolver o arco dramático do personagem Mike, o longa acaba tendo momentos bem arrastados e pouco impactantes especialmente em seu terço final. O fato da produção ser classificado para menores de idade acaba enxugando parte das cenas e momentos que poderiam servir como complemento para aprofundar a história, tornando-a mais interessante.

Apesar disso, é importante destacar que o design de produção do longa é muito bem trabalhado. Os animatrônicos estão extremamente fieis aos visuais dos games, bem como seus efeitos sonoros e suas movimentações, além de toda a atmosfera oitentista que permeia a emblemática pizzaria Freddy’s Fazbear, e também o aspecto de início dos anos 2000 que é apresentado nas diversas cenas externas ao restaurante. Além do mais, o filme é recheado de easter-eggs e referências que certamente vão agradar aos mais devotos fãs da franquia.

Com isso, Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim não surpreende como filme de terror, ao escantear momentos que poderiam ser assustadores para dar espaço a tramas melodramáticas desnecessárias, mas ganha destaque por sua fidelidade ao material original. Novamente, os fãs da franquia certamente ficarão contentes por apreciarem, após uma longa espera, uma adaptação do game, mas para aqueles que não estão familiarizados com o universo dos jogos, pode ser apenas mais um filme de terror bobo a ser assistido em uma sexta-feira à noite.

O longa está disponível no Prime Video.

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Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim Poster
País: EUA
Direção: Emma Tammi
Roteiro: Scott Cawthon, Emma Tammi, Seth Cuddeback
Idioma: Inglês

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