Crítica | Infiltrado

H (Jason Statham) é um segurança frio e misterioso de uma empresa de carros-fortes responsável pelo transporte de altas quantias de dinheiro em LA. Quando, em um assalto, ele revela suas grandes habilidades de combate, questionamentos sobre suas verdadeiras intenções começam a ser levantados e um desígnio maior é descoberto.

Existe um certo fascínio em enredos como este do novo filme de Guy Ritchie, Infiltrado (Wrath of Man), que não tem nada de inovador, ainda mais quando se sabe que ele é um remake do thriller francês Assalto ao Carro Forte (Nicolas Boukhrief, 2004). No entanto, a habilidade do cineasta ao dirigi-lo tornam o fato de a película ser mais um clichê da ação apenas um mero detalhe.

A história de H, contada de forma não linear nos tons cinzentos e azulados da fotografia tão fria quanto ele, instiga tanto que você não consegue desgrudar os olhos da tela. E aqui, é claro, o que domina é a ação, especialmente hipnotizante, bem do jeito que Statham domina.

A sequência das cenas da película consegue sucesso uma vez que apresenta tanto o personagem principal como o mundo que ele habita de forma gradual, cadenciada e misteriosa. É como uma imagem que se abre em fade-in a partir do centro, expandindo a visão do expectador no ritmo correto – nem mais, nem menos – até atingir o quadro completo.

Infiltrado é o típico exemplo do filme que não apresenta nada de novo, mas que, bem dirigido, roteirizado e produzido, cumpre seu papel com maestria, atiçando a curiosidade e aquela urgência de saber o que vai acontecer e, mais do que tudo, em meio a muitos tiros, lutas, explosões e conspirações, quem é o homem a que estamos assistindo.

Sabe aquele fascínio que mencionei lá em cima? Pois é. Em Infiltrado você pode estar certo de que vai encontrá-lo.