Se há uma palavra para se descrever Memórias de Alambra é “adequado”. Verdade seja dita, uma vez que a Coreia é um dos gigantes na tecnologia do desenvolvimento de jogos eletrônicos da atualidade, o dorama simplesmente está em casa.
E o interessante é que nada na sinopse da série da Netflix nos leva a suspeitar de que o pano de fundo da história é um jogo de realidade virtual, mas atiça a curiosidade em razão do suspense que carrega, já que tudo começa quando Yoo Jin Woo, interpretado por Hyun Bin (Pousando no Amor), recebe um telefonema estranho durante uma viagem de negócios à Espanha e vai até Granada, onde conhece Jung Hee Joo (Park Shin-Hye), a filha de um ex-guitarrista clássico.
A partir daí desenvolve-se uma situação inusitada num contexto mais do que atual.
De qualquer forma, de todas as séries coreanas a que já assisti, Memórias de Alhambra é a que possui o roteiro mais complexo, mais difícil de se estruturar, já que precisa manter o mistério que se origina daquele telefonema ao mesmo tempo em que se propõe a inserir, ainda que em dose mínima, o conceito dos jogos eletrônicos para um público que, talvez, não tenha nem noção da proporção que eles têm no mundo atual. E a obra se desincumbe dessa tarefa muito bem.
Soma-se a isso o fato de que, ainda que Bin não mantenha com Park a mesma química que teve com Son Ye-jin em Pousando no Amor, ou, de outro lado, ainda que Park não mantenha com Bin a mesma química que teve com Lee Min-ho em Herdeiros, há fogo suficiente entre os dois para manter o público ligado na relação que surge paralela à ação principal.
Isso porque não estamos falando de um simples romance para mulheres, mas, muito além disso, de uma história de ação que se desenrola em um mundo altamente tecnológico que, a meu ver, nem pode mais ser definido como de ficção científica, porque já é a mais pura realidade.
Ainda assim, me pergunto porque me vi remetida às antigas comédias de cavalaria…
