Crítica | ‘Lar Doce Lar… Ou Não’ é bobinho, mas bonitinho

Se “lar doce lar” já é uma expressão clichê para expressar o bom sentimento de estar no seu cantinho, então esse é o termo perfeito para ser título da obra de estreia do diretor Juan Mas, Lar Doce Lar… Ou Não (Home Sweet Home).

No enredo, Victoria (Natasha Bure) é uma menina fútil que gosta de brincar de caçar homens só para mostrar que conseguia fazê-los cair em sua rede, mas quando um estranho, Jason (Ben Elliott), não corresponde ao seu flerte, desafiando-a, ela resolve se inscrever como voluntária na organização cristã que ele dirige só para chamar sua atenção. Mas ela não imaginava que sua vida iria mudar radicalmente.

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Assim (começando os comentários pelo final), depois de subirem os créditos, a sensação que fica é aquela de tranquilidade (quase sono) que bate quando assistimos a uma história serena e sossegada, sem qualquer arrebatamento ou emoção mais forte. Mas no fim das contas, a mensagem contida na película traz seu valor. “Bobinho, mas bonitinho” parece, portanto, ser a definição correta para o filme.

Lar Doce Lar… Ou Não é marcado por muita simplicidade, diálogos fáceis e atuações fracas e mecanizadas, porém, da mesma forma e por incrível que pareça, também é fácil de assistir, já que a parte técnica ruim (exceto, talvez, a trilha sonora, que até que pode ser salva), torna-o muito comédia.

lar doce lar encontro

Dessa forma, a história não mostra nada mais do que uma garota fútil, ou, para usar a expressão inglesa utilizada na própria película, shallow, que descobre que é muito mais do que aparenta e quer tentar se descobrir. Para tanto, ela usa a religião, que aliás, também é uma das personagens do longa. Está aí a profundidade que se pode encontrar na forma rasa usada na produção.

Sendo assim, eu diria que o que o filme quer dizer, a pedra de toque da narrativa, é que nós podemos mudar a palavra-chave de nossas vidas – a característica que nos define – para, assim como Victoria (que de shallow, passou a ser cristã), tornar-nos pessoas melhores.

Portanto, mesmo com os clichês, atuações ruins, forma simplista e fácil e completamente previsível, Lar Doce Lar… Ou Não pode ser o filme adequado para aquela hora em que a cabeça está cheia e você já pensou demais, a típica sessão da tarde levinha para um dia cheio. Afinal, como todo bom cristão sabe bem, Deus escreve certo por linhas tortas.

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Nota do(a) autor(a)

/5
lar doce lar poster
Título original:
Ano:
País:
EUA
Idioma:
Inglês
Duração:
84 min min
Gênero:
Comédia, Drama, Romance
Diretor(a):
Atores:
Natasha Bure, Krista Kalmus, Ben Elliott

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